Embora o mercado de aviação comercial esteja crescendo no mundo, sempre há empresas que ficam pelo caminho. Somente em 2019, 23 transportadoras aéreas pararam de voar.
Falta de competitividade no mercado, pressões de custos e os altos preços dos combustíveis foram os problemas mais comuns enfrentados pela companhias que cessaram atividades em 2019, segundo pesquisa da IBA Consulting. Outro efeito, sentido principalmente por empresas da Europa, foi a incerteza sobre o Brexit.
O fechamento da Thomas Cook foi sem dúvida a maior perda do ano. A tradicional empresa britânica, que oferecia pacotes completos de viagem, paralisou suas operações do dia para noite em setembro, deixando mais de 600 mil clientes sem voos de retorno.
No Brasil a baixa foi a Avianca Brasil (nome comercial da Oceanair), que parou de voar em maio ao ter sua licença caçada pela ANAC. Apesar de inativa, a empresa ainda é mantida “viva” pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Outra Avianca, a Argentina, também fechou neste ano.
Na maioria dos casos registrados em 2019, sucumbiram empresas pequenas, algumas com apenas meses de vida. Ainda assim, caíram nomes importantes, sobretudo na Europa, como a WOW Air e a Aigle Azur. Outra queda expressiva foi a da indiana Jet Airways, que operava quase 100 aeronaves.
A empresa de compensação de voos GIVT compilou uma lista de todas as companhias aéreas que se despediram do mercado. Confira as companhias que deixaram de voar (até agora) em 2019:
Germania
Pouco conhecida fora da Alemanha, a Germania (oficialmente “Germania Fluggesellschaft mbH”), era uma companhia aérea com sede em Berlim e 40 anos de atividades recém-completados. Declarou falência em 4 de fevereiro e cessou as operações em 5 de fevereiro de 2019.
California Pacific
Está pequena companhia aérea regional dos EUA mal decolou e já encerrou suas atividades. O primeiro voo da California Pacific foi realizado no dia 1 de novembro de 2018 e dois meses depois pediu falência, encerrando as operações oficialmente em 17 de janeiro de 2019. A frota da empresa era composta por cinco jatos Embraer ERJ.
Flybmi
Outra operadora de jatos Embraer ERJ, a britânica Flybmi suspendeu suas atividades em 16 de fevereiro de 2019. A empresa com mais de 30 anos no mercado decolava em aeroportos regionais do Reino Unido e seguia para 23 destinos na Escandinávia e Europa continental.
Insel Air
Ex-companhia aérea de bandeira de Curaçao, uma ilha holandesa no Caribe, a Insel Air interrompeu seus voos 16 de fevereiro de 2019. A empresa voava para cinco destinos no Caribe e América do Sul com um trio de veteranos jatos Fokker 50.
Asian Express Airline
Fora do mercado desde janeiro de 2019, a Asian Express Airline era uma companhia aérea do Tajiquistão. Fundada em 2011, a empresa teve uma vida curta operando voos domésticos pelo país na Ásia Central e trechos para a Rússia.
WOW Air
A WOW Air, empresa ultra low cost da Islândia que ambicionava criar uma ponte aérea de baixo custo entre os EUA e Europa foi mais uma que ficou pelo caminho neste ano. A companhia fundada em 2011 atendia destinos na Europa, América do Norte e Ásia. Seus voos foram suspensos em 28 de março deste ano.
Aerolíneas de Antioquía
Empresa regional da Colômbia no mercado desde 1987, a Aerolíneas de Antioquía encerrou suas atividades em 29 de março de 2019. A empresa operava serviços domésticos a partir de Medellín para de 20 destinos. A frota da empresa era composta por 13 aeronaves turbo-hélice: cinco Dornier 328 e oito BAe Jetstream 32.
Fly Jamaica Airways
Com apenas seis anos de atividades, a Fly Jamaica Airways fechou as portas em 31 de março de 2019. A empresa operava um único jato Boeing 767-300 com capacidade para 246 passageiros em da capital Kingston para Guiana, Canadá e EUA.
Air Philip
Outra companhia jovem que faliu neste ano foi a Air Philip, da Coreia do Sul. A empresa estabelecida em 2016 operava dois jatos Embraer ERJ em rotas domésticas e trechos internacionais para a Rússia eu Japão. As atividades foram interrompidas em 13 de março de 2019.
Jet Airways
Baixa mais expressiva do ano, a companhia aérea indiana Jet Airways foi impedida de voar em 17 de abril deste ano. A empresa estava entre as maiores da Índia, um dos maiores mercados de aviação comercial do mundo, mas vinha enfrentando problemas financeiros nos últimos anos. Seu fechamento parou quase 100 aeronaves, entre eles jatos 737-800 que estão em serviço no Brasil com a Gol.
Avianca Brasil
Uma das empresas mais queridas pelos brasileiros no últimos anos, a Avianca Brasil deixou de voar oficialmente em maio de 2019 de forma melancólica. Os últimos meses de atividades da companhia ficaram marcados pela devolução de diversas aeronaves aos arrendadores, levando ao cancelamento de voos e rotas. O processo de falência ainda corre na justiça.
Avianca Argentina
Outra companhia “irmã” da Avianca Colômbia, a Avianca Argentina parou suas operações em 17 de junho. A empresa atuou no mercado por menos de dois anos.
Al Naser Wings Airlines
Outra companhia aérea com apenas um avião, a iraquiana Al Naser Wings Airlines sediada em Bagdá encerrou seus serviços em 16 de abril. A empresa operava serviços domésticos fretados e para destinos no Oriente Médio, sendo mais frequente Damasco na Síria.
Aigle Azur
Conhecida no Brasil por ter feito uma parceria com a Azul, a Aigle Azur foi uma companhia aérea francesa com sede no Aeroporto Paris Orly, de onde operava para 21 destinos na Europa, África, Oriente Médio e Campinas/Viracopos. Todos os voos da empresa foram cancelados a partir de 7 de setembro e o processo de falência da empresa durou apenas algumas semanas. No dia 27 de setembro todas as atividades da Aigle já estavam encerradas. A companhia fundada em 1946 era a segunda mais antiga em atividade na França, atrás apenas da Air France.
XL Airways
Outra empresa europeia e mais uma da França não conseguiu terminar 2019 viva. A pequena XL Airways operava voos regulares para destinos de longa distância na África, Oriente Médio, EUA e Caribe. As operação da companhia foram encerradas em 23 de setembro.
Thomas Cook
Baixa mais notória de 2019, a Thomas Cook era uma das empresas mais tradicionais do Reino Unido. A companhia era uma das operadora de turismo mais antigas do mundo, fundada em 1841. Os serviços da empresa incluíam pacotes de viagens completos, com voos, hospedagens e serviços próprios. O grupo encerrou suas atividades em 23 de setembro.
Adria Airways
Outra empresa tradicional da Europa que encerrou as atividades neste ano foi Adria Airways, companhia de bandeira nacional da Eslovênia. A empresa estabelecida em 1961, ainda nos tempos na antiga Iugoslávia, vinha agonizando nos últimos anos, apesar de manter uma malha de voos considerável para 23 destinos na Europa. Em 2018, a companhia agora extinta transportou 1,2 milhão de passageiros, o mesmo que a low cost Ryanair transporta em três dias.
Peruvian Airlines
Umas das companhias aéreas mais importantes do Peru na última década, a Peruvian Airlines parou de voar em 2 de outubro. A empresa baseada no aeroporto internacional Jorge Chávez em Lima voava para 10 destinos domésticos e La Paz, na Bolívia. A companhia teve suas contas bloqueadas após não conseguir concluir o pagamento de combustível para seus aviões.
New Gen Airways
Empresa aérea da Tailândia, a New Gen Airways voava para 30 destinos na China com uma frota de 11 jatos Boeing 737. Todos os voos foram paralisados em agosto deste ano e em dois meses a companhia devolveu suas aeronaves, interrompendo efetivamente suas operações.
ViaAir
Mais um operador de jatos ERJ da Embraer, a pequena companhia regional ViaAir declarou falência em 8 de outubro de 2019. A empresa criada em 1997 operava com seis aeronaves (ERJ-145) e até 2015 também voava com turbo-hélices EMB-120 Brasília. Em seus melhores anos, a companhia atendeu 19 destinos em 10 estados nos EUA.
TAM Bolívia
A Transporte Aérea Militar (TAM) era uma companhia aérea sediada em La Paz, Bolívia, de propriedade da força aérea do país e criada para atender comunidades rurais. Em setembro de 2019, a empresa criada em 1945 suspendeu todas as operações.
Taron Avia
No mercado há apenas dois anos, a empresa armênia Taron Avia operou poucos voos regulares e neste ano passou a realizar fretamentos com foco no transporte de passageiros da Geórgia para a Rússia via Armênia, aproveitando a ordem do presidente russo Vladimir Putin de suspender voos diretos entre a Rússia e a Geórgia anunciada em julho – e depois revogado em novembro. Em novembro, a empresa teve sua licença operacional caçada após falhas nas inspeções regulatórias.
Astra Airlines
A pequena empresa regional grega com base em Thessaloniki e uma frota de apenas quatro aeronaves, a Astra Airlines encerrou suas atividades em 14 de novembro após 11 anos de presença no mercado. A companhia voava para 35 destinos na Grécia e oferecia voos internacionais sazonais para a Alemanha e Suíça.
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