Fãs de aviação geralmente olham para cima para observar aeronaves rasgando os céus, mas há alguns que olham para baixo e vão até o fundo do oceano para ficar pertinho de aviões submersos após acidentes aéreos.
Fora do seu habitat, um avião submerso é uma imagem peculiar, que desafia o entendimento ao misturar um “animal” do céu com corais coloridos, peixes e outros seres marinhos.
O oceano Pacífico abriga alguns destes cenários incríveis que se tornaram atrações turísticas, mas antes de embarcar nestas aventuras fique atento porque algumas exigem experiência de mergulho e equipamentos específicos. Veja a seguir algumas dessas aeronaves submersas:
Vought F4U Corsair, Havaí
Pouco se sabe sobre a queda deste Vought F4U Corsair em 1948 perto da costa da principal ilha do Havaí. Segundo o fotógrafo alemão Dietmar Eckell, guias locais dizem que o piloto sobreviveu ao acidente e vivia no Havaí.
O avião está a apenas 15 minutos de barco de Maunalua Bay, mas a descida é de cerca de 30 metros. Além disso, as correntes marítimas da região são fortes, o que dificulta a descida, que é melhor feita com ajuda de um scooter subaquático.
Produzido de 1942 a 1953, o Corsair foi bastante popular e usado pela Marinha dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e também na Guerra da Coreia. O modelo a pistão também fez parte da frota de caças da Argentina, França e Nova Zelândia.
Aichi E13A-1 ‘Jake’, Palau
O Aichi E13A, codinome Jake, era um hidroavião de reconhecimento japonês que foi usado no ataque à base norte-americana de Pearl Harbor. A aeronave foi fabricada entre 1941 e 1945, mas nenhuma sobreviveu em boas condições.
Pelo menos há diversas unidades submersas no Pacífico, sendo uma delas no arquipélago de Palau, que é um grande ponto de mergulho. A aeronave está a apenas 12 metros de profundidade e pode ser vista de perto com equipamentos apropriados.
Não há informações sobre como o modelo foi parar ali, mas guias locais dizem que não há indicios de perfurações na fuselagem, o que indica que ele pode ter estolado na decolagem ou aterrissagem.
Boeing B-17F, Papua-Nova Guiné
O bombardeiro B-17 é um dos símbolos da Segunda Guerra Mundial e a história deste modelo condiz com a sua fama. Chamado de “Blackjack”, este avião encontrou o fundo do mar depois de bombardear fortificações japonesas na noite de 10 de julho de 1943.
No caminho de volta para o Port Moresby, em Papua-Nova Guiné, já com problemas nos dois motores da asa direita, a tripulação comandada pelo piloto Ralph De Loach encontrou uma tempestade violenta. Com pouco combustível, eles se viram obrigados a derrubar o avião no mar perto do recife de corais da praia de Boga Boga.
O avião flutuou brevemente antes de repousar a cerca de 50 metros de profundidade. Houve tempo suficiente para a tripulação sair e chegar à costa com a ajuda de moradores locais, que viram o avião cair.
Boeing 737, Canadá
Este Boeing 737-200 não sofreu acidente, ele foi colocado ali. Sim, alguém teve a ideia de afundar um 737. A aeronave aposentada pela Air Canada, já com desgaste estrutural, foi doada a uma organização sem fins lucrativos que tenta recriar recifes de corais e proteger os oceanos.
Eles então desceram o avião com ajuda de guindastes em janeiro de 2006 e criaram o que deve ser o primeiro “naufrágio” artificial de uma aeronave na América do Norte. Pouco antes, em 2001, a mesma organização tinha afundado um navio que também virou um recife artificial.
O 737 está a cerca de 30 metros de profundidade e as águas são bastante geladas, mas o acesso é fácil. É possível descer com ajuda de cordas e boias instaladas no local.
TriStar L-1011, Jordânia
Se você ficou impressionado com a ideia de afundar um 737, que tal um L-1011 TriStar? Um trijato da Lockheed está no fundo do Mar Vermelho não por acidente. O responsável pelo feito foi a Autoridade da Zona Econômica Especial de Aqaba (ASEZA), um conhecido destino de mergulho.
O L-1011 ficou parado por anos no aeroporto internacional King Hussein até ser adquirido, desmontado para transporte e montado novamente no porto de Aqaba. Em seguida, foi afundado e hoje repousa cerca de 20 metros de profundidade. Por ser novidade, ainda não há corais no avião.
O golfo de Aqaba é quase uma “Disney World” para mergulhadores. Na mesma região, é possível ver também um Lockheed C-130 Hercules, afundado artificialmente em 2017, diversos barcos e até um tanque de guerra.