A desconhecida companhia aérea Alrosa Airlines, da região da Sibéria, realizou nesta quarta-feira (22) um fato histórico, o último voo comercial de um jato Tupolev Tu-134 que se tem notícia.
O modelo é um dos primeiros jatos comerciais da história, tendo voado pela primeira vez em 1963 e entrado em serviço em 1967. Com capacidade entre 70 e 100 passageiros, o Tu-134 foi o avião-chave da Aeroflot para atender suas rotas domésticas – das 854 unidades produzidas cerca de 600 voaram pela companhia aérea russa.
Na época em que surgiu, a União Soviética já possuía jatos comerciais, mas baseados em bombardeiros como o Tu-104 e sua versão aprimorada, o Tu-124, ambos derivados do jato militar Tu-16 “Badger”.
Quando imaginou um sucessor do Tu-124, a Tupolev pensava em manter sua configuração com motores nas raízes das asas, mas o escritório de projetos russo revisou o conceito e introduziu motores instalados na cauda em T, layout que seria reproduzido em diversos aviões da década de 60.
Apesar de ter voado antes do DC-9, o Tu-134 só entrou em serviço quatro anos depois. Como os projetos soviéticos do período, ele possuía características peculiares como asas com enflechamento pronunciado de 35 graus, trens de pouso com pneus de baixa pressão para operação em pistas despreparadas e paraquedas de frenagem – os motores do jato não possuíam reversores.
Mas foi o nariz envidraçado que mais diferenciava o Tu-134 de equivalentes ocidentais. O espaço era reservado para o navegador e era herdado dos projetos militares. Mais tarde, com a adição de radares, o bimotor perdeu essa posição peculiar.
Serviço militar
Em paralelo ao serviço comercial, o Tu-134 também executou funções militares. A Força Aérea da Rússia, por exemplo, o utilizou para treinar os pilotos dos bombardeiros nucleares Tu-22 e Tu-160 – para isso seu nariz foi substituído para transportar os radares equivalentes.
Longa produção
O bom projeto fez do Tu-134 um jato seguro e versátil na Rússia e nos países satélites da ex-União Soviética. A aeronave, inclusive, foi a primeira do país a ser certificado pela OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) no Ocidente.
Ao longo dos anos, a Tupolev aprimorou o jato, ampliando sua capacidade de passageiros e alcance, além de equipá-lo com itens como APU (unidade auxiliar de potência), motores mais potentes e econômicos e finalmente reversores que dispensaram o paraquedas.
O Tu-134 permaneceu em produção até 1989, pouco antes do fim da União Soviética, mas seguiu como opção relevante de aeronave até 2002 quando acabou proibido de voar no Ocidente por conta de restrições de ruído. A Aeroflot, no entanto, manteve o birreator em serviço até 31 de dezembro de 2007 quando passou a substituí-lo por jatos mais modernos, incluindo o Sukhoi SSJ100.
Nos últimos 10 anos sua operação entrou em declínio, restando poucos aviões aptos a voar. Não à toa, a Alrosa Airlines enviará seu exemplar direto para um museu na cidade de Novosibirsk, afinal de contas o “737 russo” merece ser conhecido pelas novas gerações.
O desenho é mais próximo ao 727, muito embora a capacidade seja parecida com a dos primeiros 737.
Aeronaves russas como o Tu-134 e o Tu-154 são mecanicamente perigosas, pois possuem certas falhas… o motor que equipa o Tu-154, o Il-62 e o Il-76 possui uma falha crítica que não fora corrigida, e foi responsável pela queda de vários Il-62 e pelo menos um Tu-154 da Aeroflot! Gosto dos designs Soviéticos, eles me atraem!