Boeing e Embraer aguardam aprovação do governo brasileiro para formar parceria

Fabricantes aprovaram os termos para formação de parceria estratégica aeroespacial; criação da nova empresa também depende do sinal verde de acionistas e autoridades regulatórias
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020 (Airway)
A Boeing vai controlar 80% da nova empresa criada em parceria com a Embraer

Boeing e Embraer anunciaram nesta segunda-feira (17) que aprovaram os termos para a criação da parceria estratégica que vem sendo negociada desde o final de 2017. Em comunicado, as fabricantes afirmaram que agora aguardam pelo aval do governo brasileiro, que detém ações com poder de veto (golden share) sobre a empresa brasileira, além da aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo.

Segundo o termos da proposta, a Boeing deterá 80% de participação na joint venture (nova empresa) pelo valor de US$ 4,2 bilhões (US$ 400 milhões a mais do que o previsto inicialmente), enquanto a Embraer ficará com os 20% restantes. Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a negociação seja concluída até o final de 2019.

A nova empresa de aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing. A Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil – os jatos comerciais da Embraer são produzidos na unidade em São José dos Campos (SP).

“A Boeing e a Embraer possuem um relacionamento estreito graças a mais de duas décadas de colaboração. O respeito mútuo e o valor que enxergamos nesta parceria só aumentou desde que iniciamos discussões conjuntas no começo deste ano”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing.

“Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer.

Juntas, Boeing e Embraer contam com 20 modelos diferentes de aviões comerciais (Divulgação)

A expectativa é que a parceria não terá impacto no lucro por ação da Boeing em 2020, passando a ter impacto positivo somente nos anos seguintes. A joint venture deve gerar receitas anuais de cerca de US$ 150 milhões – antes de impostos – até o terceiro ano de operação.

As empresas também chegaram a um acordo sobre os termos de uma segunda joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. De acordo com a parceria proposta, a Embraer deterá 51% de participação na parceria estratégica e a Boeing, os 49% restantes.

Veja mais: Temer libera 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais

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