Boeing espera voltar a entregar o 737 MAX a partir de dezembro

Fabricante completou a primeira de cinco fases exigidas pela agência FAA antes de autorizar o retorno do jato ao serviço
Boeing tem esperança de liberar as entregas do 737 MAX em dezembro (Boeing)
A Boeing garante que o 737 MAX 7 é mais eficiente que seu principal concorrente, o Airbus A319neo (Boeing)
A Boeing tem cerca de 700 jatos 737 MAX parados no mundo (Boeing)

A Boeing anunciou nesta segunda-feira (11) que acredita ser possível retomar as entregas do 737 MAX em dezembro caso o FAA (agência civil de aviação dos EUA) retire a diretiva de aeronavegabilidade que impede o jato de voar. A fabricante esclareceu que está cumprindo cinco etapas antes de a agência autorizar o retorno da aeronave aos voos comerciais. A primeira delas já foi concluída, uma sessão de certificação em simulador para avaliar o software MCAS em situações normais e durante falhas.

Os próximos passos envolvem simulações com pilotos de companhias aéreas em diversas situações e cargas de trabalho, voos de certificação com tripulação do FAA, envio de toda a documentação à agência pela Boeing e por fim um período de avaliação com pilotos de diversas agências regulatórias para validar os requerimentos de treinamento.

Caso todas essas etapas sejam atingidas a tempo, a Boeing enxerga a possibilidade de o FAA suspender o aterramento iniciado em março após os dois acidentes fatais com o 737 MAX.

A despeito da boa notícia, que fizeram as ações da Boeing subirem na bolsa de valores dos EUA, a perspectiva da volta à operação normal ainda está distante. A fabricante trabalha com janeiro como mês de retorno ao serviço, mas companhias aéreas como American e Southwest já estimam que o jato voltará a voar em março.

A própria FAA afirmou que não se compromete com o cronograma da Boeing enquanto a EASA, a agência de aviação civil europeia, espera autorizar o retorno do 737 MAX apenas em janeiro.

Aviões em estacionamentos de carros

Diante da falta de previsão do 737 MAX voltar à operação, a Boeing reduziu a produção para 40 aviões por mês, mas já não há mais pátios para armazená-los e até estacionamentos de veículos estão sendo usados. Ou seja, a autorização para que o avião volte a voar mesmo que ainda leve tempo para retomar os serviços comerciais, já será um alívio para a empresa.

Jatos da Shenzen Airlines estacionados desde março quando a China proibiu a operação do 737 MAX (Windmemories)

A crise do 737 MAX tem colocado a Boeing sob pressão da opinião pública em todo o mundo. A postura de negação de responsabilidade nos dois acidentes foi criticada até pela classe política americana. Somente após a intervenção do presidente do país, Donald Trump, a FAA decidiu decretar o aterramento do jato em março, quando o restante do mundo já havia proibido o 737 MAX de voar.

Desde então, o processo de correção dos erros tem sido lento e delicado, o que agravou a situação de vários de seus clientes que contavam com o jato para expandir suas malhas e ampliar suas receitas. Enquanto isso, a Airbus avançou no mercado, colecionando diversas encomendas para o rival A320neo.

Mesmo que consiga cumprir os requisitos e liberar o 737 MAX para voar, a própria Boeing acredita que levará até um ano para que a situação se normalize no mundo. Estima-se que quase 700 jatos 737 MAX estejam hoje estocados, metade deles já entregues às suas clientes até março, incluindo a Gol, única operadora do modelo no Brasil. Uma coisa é certa: a Boeing terá em breve o período mais ocupado de entregas de sua história.

(Gol)
A Gol é uma das companhias afetadas pela paralisação dos voos do 737 MAX (Gol)

Veja mais: Boeing 737 MAX deve voltar ao serviço na Europa no primeiro trimestre de 2020

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