Startup diz que pode lançar avião comercial movido a hidrogênio até 2023

ZeroAvia está testando um Piper Malibu adaptado com motor elétrico e células de combustível
(ZeroAvia)
Por fora parece um Piper Malibu comum, mas por dentro ele é o avião do futuro… (ZeroAvia)

Ainda um nome desconhecido da aviação, a startup ZeroAvia quer assumir uma posição de protagonismo na indústria. A empresa com sedes nos EUA e Reino Unido pretende ter uma aeronave movida a hidrogênio com 10 a 20 assentos certificada para atividades comerciais dentro de três anos.

O primeiro protótipo da ZeroAvia nesse campo é o HyFlyer, um modelo baseado no popular Piper Malibu (PA-46). No lugar do motor a pistão original, a aeronave recebeu um par de motores elétricos, cada um capaz de gerar 130 kW (170 HP).

A grande sacada do projeto é emprego das “células de combustível” (ou “célula eletroquímica”), um sistema capaz de gerar eletricidade através da reação química do oxigênio com o hidrogênio. É como se o avião transportasse sua própria usina de eletricidade, por isso ele não precisa de baterias, que ainda são muito pesadas e pouco eficientes para serem aplicadas em aviões.

O desenvolvimento do HyFlyer tem o apoio do governo britânico, que já investiu 2,7 milhões de libras no avião (cerca de R$ 17,4 milhões). Para mostrar que o projeto está caminhando, a ZeroAvia levou a aeronave para o Reino Unido para uma série de testes e demonstrações da tecnologia. Entre as provas que o modelo será submetido na terra da rainha, a mais destacada é um voo de 480 km entre Cranfield, no sul da Inglaterra, e as Ilhas Orkney, no norte da Escócia.

O HyFlyer vem sendo testado desde 2019 utilizando o sistema de motorização a hidrogênio (ZeroAvia)

Embora não tenha definido uma data, o Reino Unido tem como meta para os próximos anos (ou décadas) substituir aeronaves de porte médio com motores a hélice por alternativas elétricas em operações aéreas regionais.

A ZeroAvia acredita que em 2023 poderia ter uma aeronave movida a hidrogênio pronta para iniciar operações comerciais transportando 20 passageiros em voos de 800 km. Segundo a empresa, uma aeronave que obtém eletricidade com células de combustível tem custos operacionais menores comparado ao de um avião elétrico puro, em parte porque a tecnologia não exige o uso de baterias.

A companhia anglo-americana também já está pensando nas próximas décadas. Após entrar nos segmentos de acesso do mercado aéreo, a ZeroAvia quer projetar um avião movido de 50 a 100 assentos movido a hidrogênio até 2030. Indo mais além, em 2040, a startup acredita que será possível fabricar uma aeronave para 200 passageiros com alcance acima de 4.800 km. Será que vinga?

Veja mais: Cessna Caravan com motor elétrico completa primeiro voo

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