China testa foguete para chegar ao lado oculto da Lua

País planeja ser o primeiro a realizar uma missão tripulada na parte desconhecida da superfície lunar
A China já possui total conhecimento sobre o desenvolvimento de foguetes; na imagem o modelo Long March 5 (Foto - Xinhua)
A China já possui total conhecimento sobre o desenvolvimento de foguetes; na imagem o modelo Long March 5 (Foto – Xinhua)
A China já possui total conhecimento sobre o desenvolvimento de foguetes; na imagem o modelo Long March 5 (Foto - Xinhua)
A China já possui total conhecimento sobre o desenvolvimento de foguetes; na imagem o modelo Long March 5 (Foto – CNSA)

O programa espacial chinês segue com pesados investimentos. O país testou com sucesso nessa segunda-feira (17) os foguetes da nave “Chang’e 5”, que levará um módulo não-tripulado até a Lua para colher material da superfície e depois retornar a Terra. Essa missão está programada para 2017 e se for bem sucedida servirá de experiência para explorações lunares ainda mais ousadas. O objetivo da China é levar astronautas ao lado escuro do corpo celeste, algo que ainda não foi realizado.

Segundo informe da CNSA (a “Nasa” da China), o aparelho carregando os novos foguetes decolou e voltou a superfície com segurança. A versão final do Chang’e 5 vai viajar até a face da Lua virada para a Terra, próximo ao lado escuro para iniciar os primeiros estudos sobre a aérea.

Em 2018, o plano é enviar uma nave não tripulada a parte desconhecida, segundo o website HNGN. O foguete lunar chinês pode levar uma carga de até 14 toneladas.

As missões serão realizadas em etapas, começando com aparelhos robotizados, e até 2020 a China pretende enviar as primeiras missões tripuladas à Lua, novamente pelo lado conhecido e mais adiante para a parte escura.

Porém, antes de chegar ao lado oculto da Lua, é preciso estabelecer novas de comunicação, uma vez que o satélite natural bloqueia a comunicação direta com a Terra. Seria preciso enviar, por exemplo, um satélite a órbita do corpo celeste ou criar pontos pela superfície para estabelecer uma ligação segura com as bases terrestres. Mas experiência e competência não faltam ao chineses, que estão lançando foguetes e desenvolvendo satélites cada vez mais avançados.

O programa espacial chinês já desenvolveu uma verdadeira família da foguetes, que servem para lançar satélites e sondas tripuladas (Imagem - Xinhua)
O programa espacial chinês já desenvolveu uma verdadeira família da foguetes, que servem para lançar satélites e sondas tripuladas (Imagem – CNSA)

China no espaço

O interesse pelo lado escuro da Lua (que apesar do nome também é iluminado pelo do sol) vem desde as primeiras missões lunares dos Estados Unidos. Essas ideias, no entanto, sempre foram barradas devido aos riscos que elas poderiam apresentar. Por isso, todas as viagens à Lua foram realizadas em direção a face virada para a Terra, distante cerca de 384 mil km. Mas o chineses não estão preocupados com isso. Além disso, eles já conhecem essa parte da Lua.

O rover chinês Chang'e Yutu pousou na Lua em 14 de dezembro de 2013 e está ligado até hoje (Imagem - CNSA)
O rover chinês Chang’e Yutu pousou na Lua em 14 de dezembro de 2013 e está ligado até hoje (Imagem – CNSA)

Em dezembro de 2013, a China enviou para a Lua o “rover” Yutu, que tirou as melhores fotos da superfície lunar já registradas. A câmeras usadas até a última missão Apollo 17, ainda com películas, não eram tão avançadas como atuais digitais. O aparelho circulou pelo corpo celeste por três meses, colhendo imagens e dados geológicos, e parou sua exploração. O “jipinho” espacial chinês, entretanto, continua ligado e de olho na Lua até hoje.

Liu Yang, a primeira chinesa a ir ao espaço, deixa a sonda Shenzhou após o pouso (Foto - CSNA)
Liu Yang, a primeira chinesa a ir ao espaço, deixa a sonda Shenzhou após passar 13 dias no espaço a bordo da estação espacial da China (Foto – CSNA)

A China também aprendeu a enviar homens ao espaço, com a sonda Shenzhou. O aparelho, desenvolvido desde 1999, foi testado em várias fases, com envio de animais e bonecos até a primeira missão tripulada, em 15 de outubro de 2003. O primeiro “taikonauta” (a versão chinesa para “astronauta”, assim como os russos chamam de “cosmonautas”) foi Yang Liwei, que retornou em segurança.

A Shenzhou ainda foi testada com tripulações em dupla e em 25 de setembro 2008, em um voo com três tripulantes, Zhai Zhigang se tornou o primeiro taikonauta a caminhar no espaço. Desde então, a sonda chinesa já transportou 12 especialistas chineses.

Os chineses também se tornaram experts em lançar foguetes. Somente em 2013, o país colocou em órbita 20 objetos. Os planos também incluem a construção de uma base fixa na Lua, a partir de 203o.

Estação espacial chinesa

Se você observar o céu em regiões limpas, onde o mar de estrelas é visível, é possível enxergar a Estação Espacial Internacional (ISS). Parece uma estrela cadente, só que mais lenta. O laboratório controlado pela Nasa pode ser visto diversas vezes durante a noite, a não ser que você confunda a ISS com a Tiangong 1, a estação espacial da China.

A Tiangong 1 (“Palácio Celeste”, em chinês) foi colocada em órbita em 29 de setembro de 2011 e já recebeu a visita de seis taikonautas, inclusive duas mulheres, que foram levados em naves Shenzhou. Nessas missões os chineses treinaram o acoplamento de objetos no espaço, sendo um não tripulado e outros dois com tripulantes (três em cada missão). A estação atualmente está vazia e deve ser desativada até o final deste ano. Mas a China já está preparando a Tiangong 2 e 3.

Nave Shenzhou se conecta a estação Tiangong 1 (a direita) (Imagem - Reprodução/Youtube)
Nave Shenzhou se conecta a estação Tiangong 1 (a direita) (Imagem – Reprodução/Youtube)

As novas estações espaciais chinesas serão maiores e devem servir de auxílio as futuras missões para a Lua. A Tiangong 2 está prevista para entrar em operação neste ano e o terceiro modelo deve ser lançado até 2017.

Pelo visto os taikonautas estão tão interessados no espaço como os astronautas, mas com uma pitada mais acentuada de arrojo e investimentos mais generosos.

Veja mais: Torre de 20 mil metros é nova aposta para chegar ao espaço

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