Turboélice de nova geração deve alavancar presença da Embraer na Ásia

Fabricante acredita que a região Ásia-Pacífico terá a maior demanda do mundo por aeronaves turboélices nos próximos 20 anos
Projeto de turboélice da Embraer está congelado até 2030 (Embraer)

O tão esperado avião turboélice de última geração da Embraer pode encontrar grandes oportunidades em mercados na região Ásia-Pacífico. Nas próximas duas décadas, a fabricante prevê uma demanda global para 2.260 turboélices de passageiros, dos quais 900 deles (39,8%) serão destinados para a área que compreende nações da Ásia e países banhados pelo Oceano Pacífico.

Em entrevista ao Flight Global, Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, disse que a empresa enxerga na Índia, Indonésia e ilhas do Pacífico os principais mercados potenciais e mais imediatos para a introdução do novo turboélice. Na visão do executivo, companhias áreas nesses países iniciarão processos de renovação de frotas nos próximos anos.

Meijer ressaltou que o anúncio sobre o programa de desenvolvimento do turboélice pode acontecer até o fim deste ano ou no início de 2023. Ele ainda afirmou que a “grande decisão” sobre o projeto depende da escolha dos motores que serão aplicados na aeronave.

“O motor tem tudo a ver com nível de inovação, consumo de combustível e confiabilidade. [O turboélice], para nós, é uma grande oportunidade na Ásia”, disse o CEO da Embraer Aviação Comercial. Todavia, o executivo enfatizou que ainda não há negócio fechado com um fornecedor de motores.

A Embraer usará a fuselagem dos E-Jets para dar origem ao seu novo turboélice

“Não é com uma conclusão precipitada que vamos lançá-lo, porque vai depender se conseguirmos chegar lá com o motor certo e o business case certo. O segundo é o tempo: se escolhermos um motor que precise de mais tempo [para ser desenvolvido], automaticamente também precisaremos mais tempo para lançar a aeronave”, contou a Meijer.

O novo avião turboélice da Embraer é proposto em duas versões, uma para 70 passageiros e outra com 90 assentos. As aeronaves usarão a mesma fuselagem da família de jatos regionais E2, o que ajudará a simplificar a produção do aparelho, segundo o CEO.

Meijer também acrescentou que a plataforma do E2 adaptada ao turboélice oferece maior conforto aos passageiros e a aeronave poderá vir equipada de série com APU (unidade de energia auxiliar), um item raro na categoria dos turboélices de passageiros. Outro ponto destacado pelo executivo é que o avião poderá ser abastecido com SAF (Combustível Sustentável de Aviação).

Embraer tem presença modesta na Ásia-Pacífico

Consolidada no mercado de aviação comercial dos Estados Unidos e nos grandes centros da Europa, a Embraer ainda tem uma presença modesta na região Ásia-Pacífico.

Considerando os jatos das família E1 e E2, além dos antigos ERJ, existem cerca de 175 aeronaves da empresa brasileira em frotas de empresas aéreas da Ásia e da região do Pacífico.

Os maiores clientes da Embraer na região são a companhia aérea chinesa Tianjin Airlines, com 52 aeronaves (32 modelos E190 e 20 E195), e a J-Air, do Japão, com 32 aparelhos (18 jatos E170 e 14 E190).

Previous Post

Lançar o Airbus A220-500 seria prematuro, diz chefão da Airbus

Next Post
(Divulgação)

Emirates Airline abre seleção para comissários de voo no Brasil

Related Posts