Sindicato dos pilotos da United Airlines mantém restrições ao jato E175-E2

ALPA renovou acordo com a companhia aérea por mais dois anos sem mudanças na claúsula de escopo, que impede uso do novo jato da Embraer
O E175-E2 voou pela primeira vez em 2019 (Embraer)

O futuro do jato E175-E2, da Embraer, ficou mais nebuloso com a renovação por mais dois anos do acordo coletivo de trabalho dos pilotos da United Airlines, anunciado pela ALPA, a Associação de Pilotos de Linha Aérea dos EUA, que congrega 14.000 associados ligados à empresa aérea.

A entidade sindical conseguiu mais benefícios para os tripulantes, incluindo aumentos salariais acumulados de 14,5%, além de um novo plano de aposentadoria, entre outros.

Para azar da Embraer, não houve mudanças na cláusula de escopo, que impede que as companhias aéreas regionais parceiras da United utilizem aviões com mais de 76 assentos e peso máximo de decolagem superior a 39.000 kg (86.000 lb).

A cláusula é uma forma de preservar empregos nas grandes companhias, que poderiam com isso contratar funcionários nas coligadas com salários mais baixos, daí a resistência do sindicato. É justamente no peso que o E175-E2 não atende às cláusulas, o que impede encomendas de regionais como a Skywest, Republic e Mesa, interessadas na maior economia de operação da aeronave.

E175-E1 da Mesa Airlines com as cores da United Express: aeronave é a única a atender às cláusulas e que está em produção (DearEdward)

Programa suspenso até 2028

A Embraer desenvolveu o E175-E2 com a esperança que as regras fossem relaxadas, mas esse cenário nunca esteve próximo de ocorrer. A aeronave realizou seu voo inaugural em dezembro de 2019, já sem clientes na época após o congelamento de pedidos.

Embora o acordo seja apenas com os pilotos da United, e ainda pendente de votação, é esperado que as cláusulas de escopo sejam mantidas em outras companhias aéreas como American, Delta e Alaska.

Já prevendo dificuldades, a Embraer suspendeu o programa E175-E2 e postergou a previsão de entrada em serviço para 2027 ou 2028. Por outro lado, a fabricante brasileira tem hoje o único jato regional que se enquadra nas regras, o E175 de primeira geração e que passou a ser a variante mais bem sucedida da família E-Jet.

4 comments
  1. Sindicato sendo um câncer, como sempre… Impede o crescimento de uma empresa, estrangula o setor… Lamentável…

  2. Bem, só de pensar nos benefícios que tive com o meu sindicato. Acho que o do Guilherme não foi tão bom. Aliás, um pouco de história faria bem.

  3. Uma pena, mas se não atende aos requisitos… Lamento. Não tem nada de errado nisso lá os sindicatos tem uma força e organização eficientes, não é como os do Brasil onde o sindicato é uma baderna.

  4. O que importa o peso do avião se o que conta mesmo, é o número de passageiros. Não entendo essa relação.

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