Confirmado: Porta-aviões São Paulo partiu do Brasil nesta quinta-feira rumo ao desmanche

Maior embarcação da história da Marinha do Brasil foi vendida como sucata; viagem até a Turquia deve levar um mês
O NAe São Paulo deixando o Rio de Janeiro, em 4 de agosto de 2022 (AIRWAY)

Fim da linha para o Navio Aeródromo São Paulo em águas brasileiras. O casco do ex-porta-aviões da Marinha do Brasil iniciará sua última viagem em direção a Turquia nesta quinta-feira (4), segundo fontes ouvidas pelo AIRWAY. O barco aposentado será transportado pelo rebocador holandês Alp Centre, que na manhã de hoje já podia ser visto posicionado no Arsenal da Marinha na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro (RJ).

Conforme o AIRWAY publicou em primeira mão, o casco do porta-aviões foi arrematado em março de 2021 por R$ 10,5 milhões por representantes do estaleiro turco Sok Denizcilikve Tic, que é especializado no desmonte de embarcações de grande porte desativadas. O navio será desmontado em instalações na região de Aliağa, no Mar Egeu, e os restos do barco serão revendidos como sucata. O deslocamento até o porto turco deve durar em torno de um mês.

A Marinha do Brasil ainda não respondeu aos pedidos de comentários do AIRWAY sobre o envio do NAe São Paulo para a Turquia.

O destino do porta-aviões São Paulo vem sendo discutido desde 2018, quando a embarcação foi oficialmente desmobilizada pela força naval. Uma das propostas, idealizada pelo Instituto São Paulo|Foch, sugeria transformar a embarcação em museu flutuante. O plano, no entanto, foi descartado pela Marinha do Brasil.

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Maior navio de guerra do Brasil

O navio-aeródromo São Paulo chegou às mãos da Marinha do Brasil no ano 2000, comprado da França por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O navio foi o substituto do NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001.

Quando ainda estava ativo, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do mundo em operação. A embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu com a marinha da França com o nome FS Foch, de 1963 até 2000. Sob a identidade francesa, o navio de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa.

O porta-aviões NAe São Paulo não realiza operações navais desde 2011
Caças AF-1 alinhados no convés de voo do NAe São Paulo (Marinha do Brasil)

Com a Marinha do Brasil, no entanto, a embarcação teve uma carreira curta e bastante conturbada, marcada por uma série de problemas mecânicos e acidentes. Por esses percalços, o navio passou mais tempo parado do que navegando. Em fevereiro de 2017, após desistir de atualizar o porta-aviões, o comando naval decidiu desativar o NAe São Paulo em definitivo.

Segundo dados da marinha brasileira, o São Paulo permaneceu um total de 206 dias no mar, navegou por 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves. A principal aeronave operada na embarcação foi o caça naval AF-1, designação nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, hoje operados a partir de bases terrestres.

5 comments
  1. A compra desse NA se mostrou a maior idiotice. Nunca serviu ao propósito principal. Matou dois marinheiros à bordo devido problemas de vazamento de gás.
    Hoje tá sendo vendido como sucata, o que ele sempre foi desde qhe o Brasil comprou, caríssimo por sinal.
    Alguém deve ter levado uma grana por fora para a viabilização deste negócio.

  2. Vinícius, toda e qualquer transação aqui há esse “agrado”, é uma imposição dos envolvidos nos “interesses” do País. E vamos deixar a hipocrisia de lado, a corrupç@o nunca vai acabar, está enraizado na cultura brasileira. E tem gente que acha isso “normal”.

  3. Ora, Dario Lemos, você é quem natualiza a corrupção, é você quem relativiza a indignação do colega de cima, é você quem, de maneira conformada, adverte sobre o tal enraizamento da conspiração na cultura do brasileiro. Leia de novo o que escreveu e verá que o hipócrita aqui é você.

  4. Foi a pior aquisição da Marinha. Coisa de políticos e picaretas. Comprar um navio aposentado é idiotice pura!

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