Companhia aérea ucraniana deixa de voar e não por conta da guerra

Ukraine International Airlines mantinha uma pequena frota ativa que inclui um dos seus E-Jets da Embraer
O Embraer E190 que estava ativo na Ukraine International até setembro (Anna Zreveva)

A Ukraine International Airlines (UIA) é a maior empresa aérea da Ucrânia e foi bastante afetada pela invasão russa ao país em fevereiro. Por conta de pedidos de arrendadores, parte da sua frota foi levada para outras partes da Europa enquanto alguns aviões permaneceram parados em Kiev, capital do país.

Com a contra-ofensiva ucraniana, no entanto, a UIA voltou a realizar voos para destinos mais próximos. No mês passado, quatro dos 18 jatos que ainda estão sob sua gestão realizaram algumas rotas, entre eles um E190, da Embraer.

A Ukraine International é uma cliente significativa da fabricante brasileira, tendo originalmente seis E190 e dois E195, um deles devolvido à empresa de leasing.

Quatro dos E-Jets estão em Kiev enquanto um E190 se encontra em Odessa, ambos na Ucrânia, segundo o Planespotters. Apenas o avião de matrícula UR-EMA encontrava-se ativo, porém, não voa desde 16 de setembro, quando pousou em Lotz, na Polônia.

Nos dias 12 e 19 dois 737 também pousaram em seus destinos e não voltaram a decolar até esta terça-feira. Um Boeing 737-900ER (UR-PSL) realizou o voo PS2308 entre Eilat, em Israel, e Bucareste, na Romênia, no dia 30 de setembro e deste então a companhia aérea suspendeu suas operações.

O 737-900ER UR-PSL fez o último voo conhecido da Ukraine International Airlines em 30 de setembro (Anna Zvereva)

Briga entre sócios

O motivo poderia ter origem na guerra, porém, trata-se de um desentendimento entre seus acionistas, executivos e as empresas de arrendamento, segundo o Avianews.

De acordo o sindicato da empresa aérea, uma disputa pela gestão da Ukraine International Airlines tem impedido que pagamentos a fornecedores e funcionários sejam realizados.

O conflito entre seus principais acionistas, Aron Maiberg e Ihor Kolomoiskyi, data de dezembro de 2021, bem antes da invasão russa. Por conta de decisões judiciais, nenhum deles têm autonomia para tomar decisões.

Vale lembrar que a companhia aérea ucraniana passou por uma situação bastante grave em junho de 2020 quando o Boeing 737-800 de registro UR-PSR foi derrubado logo após decolar do Aeroporto Internacional de Teerã, no Irã. Por um engano, militares do país lançaram dois mísseis em direção à aeronave que acabou caindo com 176 pessoas a bordo.

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