O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguiu o critério de antiguidade e indicou, junto com o novo Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o Tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno para o Comando da Aeronáutica.
O militar ocupa hoje a posição de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e pode assumir o novo cargo no dia 23 de dezembro, quando o atual ocupante, o Tenente-brigadeiro Baptista Junior, pretende fazer a passagem de comando.
Em evento nesta sexta-feira, 9, Múcio afirmou que tentará convencer os atuais comandantes a ficarem até a posse. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a decisão de Baptista Junior evitaria prestar continência para o rival político do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o ato foi visto como de insubordinação.
FAB politizada
Já segundo a Folha de São Paulo, Damasceno terá como primeira meta a “despolitização” da Aeronáutica. Baptista Junior, que assumiu em abril de 2021 após a demissão de todos os comandantes das forças armadas, tem feito uma gestão personalista, com decisões polêmicas como reduzir a encomenda do jato de carga Embraer KC-390 alegando falta de recursos financeiros.
Ao mesmo tempo, o atual comandante ampliou o contrato com a sueca Saab para receber 40 caças Gripen E e planejava a compra de um segundo lote, a despeito da falta de dinheiro.
Outra atitude intempestiva foi o contrato para compra de dois Airbus A330-200 para serem transformados em aviões de reabastecimento aéreo MRTT. A licitação só teve a participação da Azul, que não era dona das aeronaves oferecidas, mas aceitou o preço, considerado por uma empresa de leasing europeia ouvida pelo site como muito abaixo da realidade.
Apesar de os dois jatos já estarem de posse da FAB, eles mantêm a configuração básica de uso comercial. A força tenta agora adquirir equipamentos de solo para carregamento de cargas e outros serviços. Sobre a conversão, feita com exclusividade pela Airbus na Espanha, até o momento não se soube da existência de um contrato.
Baptista Junior também encerrou dois projetos promissores, um de uma aeronave de combate não tripulada e de um avião utilitário híbrido, o STOUT, que seriam desenvolvidos em parceria com a Embraer. O fruto desse programa daria origem a um substituto dos velhos Bandeirante que estão em serviço há meio século. Ironicamente, a aeronave que deu origem à Embraer.
Novo comandante
Gaúcho de Canoas, o Tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno nasceu em 1959 e se alistou na Aeronáuica em março de 1976. Como aviador, acumulou mais de 6 mil horas de voo em aeroanves como o TZ-13, T-23, T-25, C-95 Bandeirante, P-95 Bandeirulha, U-7 (Seneca), VU-93 (HS-125), VC-96 (Boeing 737-200) e os helicópteros UH-50 e VH-55 (Helibras).
Entre os principais cargos ocupados estão a posição do secretário do Ministro da Aeronáutica, Comandante do Grupo de Transporte Especial (responsável pelo transporte presidencial e outras autoridades), Comandante da Base Aérea de Brasília, Adido de Defesa e Aeronáutica em Paris e em Bruxelas, Chefe do Centro de Comunicação Social e Comandante do 4º COMAR.
O Tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno assumiu a chefia do Estado-Maior da Aeronáutica em novembro de 2020. Ele é formado em administração de empresas e tem cursos de política e estratégia espacial, Superior de Comando e Estado-Maior, Aperfeiçoamento de Oficiais e Formação de Aviadores.
Não acredito que os valorosos patriotas militares irão se resignar à extrema humilhação de ficar sob às ordens dum chefe de u mm a ORCRIM. Seria o cenário da desonra explícita!
Os militares já se submeteram a uma ocrim:Jair Bolsonaro & cia.