CEO da Saab vem ao Brasil neste mês para inaugurar fábrica do Gripen nacional

Micael Johansson, CEO da Saab, disse em entrevista que a produção do caça Gripen E na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP) começa no dia 27 de abril
O Gripen E é desenvolvido pela Saab em parceria com empresas brasileiras (Saab)

Micael Johansson, presidente e CEO da Saab, confirmou em entrevista recente ao O Globo que a linha de produção brasileira dos caças Gripen E, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP), será inaugurada no dia 27 de abril. “O ecossistema está pronto para a produção de caças no país”, disse o executivo, que virá ao Brasil para a abertura da planta.

A instalação no interior de São Paulo será a primeira linha de montagem de aeronaves da Saab fora da Suécia – e a primeira fábrica de caças supersônicos na América Latina. A produção nacional do Gripen é viabilizada pelo acordo de transferência de tecnologia da aeronave ao Brasil, que se tornou um parceiro do projeto da fabricante sueca.

O contrato com a Saab, no valor de 39 bilhões de coroas suecas (R$ 18,9 bilhões), foi assinado pelo governo brasileiro em 2014. Ao todo, serão entregues à Força Aérea Brasileira (FAB) 28 caças Gripen E e oito Gripen F (modelo biposto), até 2027. A FAB recebeu os primeiros quatro modelos monopostos operacionais em 2022, trazidos de navio na Suécia.

Para preparar a chegada do Gripen ao Brasil, a Saab e a Embraer (e outras empresas envolvidas no programa), por meio dos contratos de transferência de tecnologia, já trabalham juntas no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen e no Centro de Ensaios em Voo do Gripen, inaugurados em 2016. Esses dois núcleos atuam no desenvolvimento do caça com os requisitos da FAB – e futuramente podem servir como base de testes e produção para clientes de exportação.

A FAB tem atualmente quatro Gripen em serviço; primeiros caças chegaram ao Brasil em 2022 (FAB)

Na entrevista, Johansson reafirmou que a unidade de produção em Gavião Peixoto vai entregar 15 dos 36 caças encomendados para a FAB. “Os demais aviões virão montados da Suécia. E, às vezes, haverá algum tipo de ajuste ou atualização dessas aeronaves por aqui também.”

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O CEO da companhia escandinava disse ainda que a linha de montagem do Gripen no Brasil ficará focada, por ora, na produção do modelo monoposto, dado que o modelo F segue em desenvolvimento. Os aviões finalizados na sede da Embraer recebem partes importadas da Suécia e aeroestruturas feitas pela fábrica da Saab em São Bernardo do Campo (SP). Outra empresa brasileira envolvido no projeto é a gaúcha AEL Sistemas, que fornece os displays de cabine.

Novo lote de caças em negociação

Questionado sobre a possibilidade da FAB adquirir mais caças Gripen, Johansson disse que a Saab tem “discussões iniciais sobre o lote (número) dois e também o acréscimo de mais quatro aeronaves ao lote inicial”, mas que não havia iniciado discussões formais – a adição de quatro jatos ao lote inicial foi anunciada em 2022 pelo ex-comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Baptista Júnior.

Duelo de gerações: os Gripen vão substituir gradualmente os antigos caças F-5E Tiger II da FAB (FAB)

Entregas até 2027 são incertas

Outro ponto abordado pelo executivo da companhia sueca foi uma possível alteração no contrato atual para garantir os planos de entregar todos os aviões encomendados até 2027. “São discussões sobre o financiamento de longo prazo, o que obviamente é importante para este programa. Portanto, não posso dizer exatamente agora se as primeiras 36 aeronaves serão entregues no prazo.”

5 comments
  1. Qual a chance dessa avioneta sueca no enfrentando com caças de fabricação russa, americana ou europeia? Tenho a impressão que os Brigadeiros pensaram primeiro em agradar a véia Dilma a época “presidenta”.

  2. A Suécia eu acho que fica na Europa né? Até agora as “avionetas” russas não têm demonstrado o que sua propaganda dizia. Até mesmo as “avionetas” americanas até hoje não enfrentaram um força aerea gigantesca pra mostrarem seu potencial.

  3. O pior é que essa avionetas produzidas no Brasil estão na disputa com boas vantagens, na disputa com as outras avionetas no processo de renovação das forças armadas da Colômbia. O problema é o complexo de viralatas…

  4. Não conhece geografia e nem aviões e nem sabe das ótimas vantagens de transferências tecnolgicas na área de supersônicos, que o acordo está a trazer para a Embraer e ao Brasil.

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