Paquistão teria fechado acordo recorde para vender caças JF-17 Thunder ao Iraque

Negócio avaliado em cerca US$ 1,1 bilhão pode ser a maior venda militar da história do Paquistão
Caça JF-17
JF-17 da Força Aérea do Paquistão: jato também foi exportado para a Nigéria e Mianmar (Shimin Gu)

O governo paquistanês, segundo a imprensa local, teria chegado a um acordo para vender 12 caças JF-17C Thunder Block III ao Iraque. Podendo alcançar um valor mínimo de US$ 1,1 bilhão, o negócio pode ser a maior venda de equipamentos militares na história do Paquistão.

De acordo com a mídia no país, o acordo foi fechado durante uma visita recente de Bilawal Bhutto-Zardari, chefe da diplomacia paquistanesa, a Bagdá. A compra dos aviões ainda não foi confirmada por fontes oficial do Iraque. Todavia, o avanço de uma negociação desse porte depende da aprovação do Parlamento iraquiano.

Considerado o caça supersônico mais acessível do mundo atualmente, o JF-17 Thunder é um avião sino-paquistanês. Cerca de 40% dos componentes do jato são produzidos pela Chengdu, fabricante estatal da China (a mesma que produz o J-20, o primeiro caça de quinta geração chinês). A fabricação dos demais itens e a conclusão do avião é trabalho da Pakistan Aeronautical Complex (PAC), empresa controlada pelo Paquistão – e que leva a maior parte dos créditos pelo produto.

O modelo Block III do JF-17A, como a opção supostamente oferecida ao Iraque, é a versão mais avançada do Thunder. A variante do caça monomotor (impulsionado por um motor russo Klimov RD-33) inclui radar AESA (de varredura eletrônica), aviônicos otimizados, sensor IRST (busca e rastreamento por infravermelho) e sonda de reabastecimento aéreo. Segundo o fabricante, a aeronave alcança velocidade máxima de Mach 1.6 (1.975 km/h) a uma altitude de 17.000 metros.

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Atrativo para nações com baixos índices econômicos, o JF-17 Thunder se tornou num interessante produto de exportação do Paquistão, que já vendeu o caça para a Nigéria (três unidades) e Mianmar (nove unidades). O jato também está em pauta na Argentina, que há tempos busca uma nova aeronave de superioridade aérea.

O leque de armamentos do JF-17 tem um míssil antirradiação brasileiro, o MAR-1 (Eric Salard)
O leque de armamentos do JF-17 tem um míssil antirradiação brasileiro, o MAR-1 (Eric Salard)

Balde de água fria no Rafale. Ou não

O possível acordo do Paquistão para a vender caças ao Iraque pode atrapalhar os negócios da França, que negocia o Dassault Rafale com os iraquianos há alguns anos.

Em agosto de 2022, o governo iraquiano ofereceu petróleo a França em troca de 14 caças Rafale, cada um avaliado em aproximadamente US$ 240 milhões. Uma negociação desse tipo, sem envolver uma moeda, sofreria menores impactos da crise econômica global, sobretudo no contexto atual da guerra da Ucrânia e a crise energética na Europa. As tratativas do escambo, no entanto, por ora não avançaram.

O Rafale está em operação na França e no Egito; Qatar e agora a Índia estão da fila de espera (Divulgação)
Compra do Rafale no Iraque ainda não é descartada (Divulgação)

Mas o Rafale ainda não está totalmente descartado pelo Iraque, mesmo que o país opte pela compra do JF-17A Thunder. Em maio deste ano, o major-general Yehia Rasool, porta-voz das Forças Armadas iraquianas, comentou que o país avaliava a compra de “equipamento militar moderno” da França, como noticiou a Forbes.

Atualmente, a principal aeronave de combate da força aérea iraquiana é o modelo norte-americano Lockheed Martin F-16C/D da série Block 52. O Iraque também possui jatos de ataque Sukhoi Su-25 de fabricação russa, mas essas aeronaves estão aterradas por falta de peças de reposição.

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