Sem voar desde 2021, Itapemirim tem falência decretada pela Justiça de São Paulo

Companhia aérea do Grupo Itapemirim operou no mercado brasileiro por menos de seis meses antes de encerrar as atividades
Airbus A320 da Itapemirim; companhia aérea durou apenas alguns meses (VinciAirports)

O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou, no dia 11 de julho, a falência da Itapemirim Transportes Aéreos, companhia aérea do Grupo Itapemirim que parou de voar em 17 de dezembro de 2021. A decisão, julgada pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, foi anunciada ontem (17).

De acordo com o processo, a transportadora que ficou conhecida como ITA permanecerá sob administração judicial da EXM Partners Assessoria Empresarial. Essa empresa tem agora 180 dias para reunir e avaliar todos bens remanescentes da companhia aérea, bem como vendê-los nesse período. A abertura do processo de falência foi um pedido da Travel Technology Interactive, empresa de software que foi um credor do braço aéreo do Grupo Itapemirim.

A Justiça de SP ainda concedeu 15 dias para os credores da ITA apresentarem à EXM suas reinvindicações ao tribunal. As decisões sobre a massa falida da companhia deverão ser informadas à ANAC, Junta Comercial, Correios, Bolsa de Valores, bancos, entre outros órgãos.

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Antes um dos maiores nomes no setor rodoviário brasileiro, o Grupo Itapemirim também está em situação complicada. A empresa de transporte de ônibus, que devia em torno de R$ 2,2 bilhões em impostos, passa por um processo de recuperação judicial desde 2016. A divida da ITA, por sua vez, gira em torno de R$ 180 milhões.

ITA, a companhia aérea que durou menos de seis meses

Anunciada com grande expectativa e uma alternativa ao tradicional trio de companhias aéreas do Brasil (Azul, Gol e LATAM), a ITA fez estreou comercialmente em 1 de julho de 2021 no trecho entre os aeroportos de Guarulhos (SP) e Confins (MG). A empresa prometia tarifas competitivas e um serviço de bordo diferenciado, incluindo até servir feijoada nos voos.

Airbus A320 - Itapemirim Transportes Aéreos
A ITA operou com sete jatos Airbus (Luis Alberto Neves)

Enquanto esteve ativa, a ITA teve sete jatos Airbus, sendo dois A319 e cinco A320, todos alugados. No auge, a companhia chegou a atender 14 destinos no Brasil e ofereceu, numa única oportunidade, voos fretados para Montevidéo, no Uruguai – a fim de levar torcedores para a final da Copa Libertadores da América entre Flamengo e Palmeiras.

O frenesi em torno da empresa do Grupo Itapemirim, porém, durou pouco tempo. Na véspera do Natal de 2021, a companhia suspendeu os voos sem aviso prévio. A paralisação, informada na época como temporária, serviria para a “restruturação interna” e à “necessidade de ajustes operacionais”. A empresa, no entanto, nunca voltou a voar.

Após a parada dos voos, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu o Certificado de Operador Aéreo (COA) da ITA. Mais adiante, em maio de 2022, a ANAC cancelou o COA da companhia, que atuou no mercado por menos de seis meses.

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