“Avião pé frio”: Embraer E190-E2 já pronto tem entrega cancelada pela quarta vez após cliente africano entrar em crise

Madagascar Airlines havia assinado acordo de leasing de três aviões brasileiros com a Azorra, mas acúmulo de dívidas fez empresa aérea desistir do plano
A visita do Primeiro Ministro do Vietnã (Nhat Bac)
A visita do Primeiro Ministro do Vietnã à Embraer (Nhat Bac)

O jato E190-E2 número de série 19020016 é que se pode chamar de um avião “pé frio”. Fabricada há dois anos, a aeronave da Embraer deveria ter sido entregue originalmente para a Fuzhou Airlines, da qual até matrícula chegou a ser designada.

O acordo desandou e a Embraer então colocou o E190-E2 na lista de entregas da Air Astana, do Cazaquistão, mas novamente o negócio não foi concluído.

Foi aí que a Congo Airways assumiu o novo jato, que recebeu sua pintura e até mesmo um nome, “Etienne Tshisekedi”, político do país africano.

Nada feito já que a empresa aérea não saiu do chão. Foi quando a Azorra Aviation, empresa de leasing dos EUA, entrou em campo e o negociou com outra companhia africana, a Madagascar Airlines.

A Madagascar Airlines assinou acordo para aluguel de três E190-E2 em dezembro de 2022

A estatal é um projeto para estabelecer uma nova empresa aérea de bandeira do país, substituindo a Air Madagascar. Há cerca de um ano, ela anunciou um acordo para contar com três E190-E2 configurados com 96 assentos em duas classes e que seriam a base da frota.

O jato 19020016, que fez seu primeiro voo em outubro de 2021, chegou a ter fuselagem repintada com as cores da Madagascar Airlines e parecia pronto para entrega, mas vários adiamentos se seguiram.

Durante a visita do Primeiro Ministro do Vietnã à Embraer, em setembro, a aeronave serviu como “cenário” para que Pham Minh Chinh posasse para fotos, evidentemente com as marcas da Madagascar Airlines cobertas.

Crise financeira pode levar empresa a voar com Embraer 190 de primeira geração

Pois nesta semana, a nova empresa aérea anunciou o fim do acordo com a Azorra, em meio a uma grave crise financeira.

 

View this post on Instagram

 

A post shared by ALISSON_SBSJ (@alisson_sbsj)

Seu presidente, o francês Thierry de Bailleul, realizou uma coletiva de imprensa em 6 de novembro em que confirmou que a empresa aérea perdeu cerca de US$ 36 milhões nos últimos 18 meses.

A transportadora opera de forma provisória, utilizando um único turboélice ATR 72-600 ainda com as cores da antecessora. Voos de longa distância têm sido feitos por contratos de wet-leasing, com fornecimento da aeronave, tripulação, manunteção e seguro.

Segundo a mídia local, Bailleul estuda a possibilidade de substituir os E190-E2, do qual mostrou preocupação por conta dos problemas com os motores Pratt & Whitney PW1900G, pelos E190 de primeira geração, equipados com turbofans GE CF34.

Enquanto isso, o jato pé frio voltará à fila de espera por um interessado.

Total
1
Shares
4 comments
  1. Pé frio? – Vcs tem noção de quantos jatos comerciais e executivos foram vendidos pela Embraer esse ano?

  2. Airway tem seu vínculo no mundo dos negócios. Chama de pé frio quem paga menos. 737 Max é um avião maldito? Já voei num, até que gostei, não caiu e estou vivo.

  3. Povo ta ruim de interpretação heim, a materia nao estao falando mal do E190 E2 como um todo, mas sim desta unidade em especifico que esta sempre dando “azar” com os prováveis novos donos

Comments are closed.

Previous Post
O eVTOL da Eve deverá voar pela primeira vez em 2024

“Táxi voador elétrico” da Embraer terá suíte de aviônicos G3000 da Garmin

Next Post
Boeing 787-9 Dremaliner da Virgin

Virgin Atlantic ganha aval para primeiro voo transatlântico com 100% de combustível sustentável

Related Posts
Total
1
Share