COMAC C939: China já estuda jato gigante, similar ao Boeing 777

Fabricante estatal chinesa de aviões comerciais teria iniciado os estudos para um segundo widebody além do C929, diz reportagem
Maquete do COMAC C929
Maquete do COMAC C929 (S5A-0043)

A COMAC tem frequentado as manchetes no mundo por conta dos seus dois novos jatos comerciais, o ARJ21 e o C919, que prometem desafiar o domínio ocidental na aviação comercial.

Mas a fabricante estatal chinesa parece não estar satisfeita apenas com o segmento de fuselagem estreita. Segundo um artigo do South China Morning Post, a COMAC iniciou os estudos de um novo jato widebody, o C939.

Você não leu errado: C939 e não C929, aeronave que já vem sendo desenvolvida há alguns anos. Os chineses, de acordo com a reportagem, já pensam em uma segunda aeronave para voos de longo curso.

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As fontes do site, no entanto, não disseram muito sobre o novo projeto, apenas que ele está em uma fase inicial e deverá levar vários anos para tornar-se realidade.

Mas entende-se que o suposto widebody deverá complementar a atuação do C929, uma aeronave bimotor com capacidade para cerca de 280 passageiros e alcance de 12.000 km, equivalente a um Boeing 787.

Boeing 777-9
Boeing 777-9 (Boeing)

Rival do 777X?

A despeito da falta de dados, sugere-se que o C939 venha a ser um jato ainda maior e não uma variante alongada do C929 (que pode transforma-se numa família de aviões também).

Isso leva a crer que o C939 poderá ser um rival direto do Boeing 777X, um widebody que pode transportar cerca de 400 passageiros e percorrer distâncias enormes, de até 16.200 km.

Com a hipotética aeronave, a COMAC passaria a atuar em todo o mercado de jatos comerciais, indo de 90 assentos, onde está a Embraer, até os grandes jatos com cerca de 400 lugares, nicho disputado apenas pela Boeing e Airbus.

O CR929 foi um projeto conjunto entre China e Rússia
O CR929 foi um projeto conjunto entre China e Rússia

Somente encomendas das principais companhias aéreas da China poderiam viabilizar um segundo widebody, de maior porte. A Air China, por exemplo, tem em sua frota 30 A350-900, 28 Boeing 777-300ER e sete 747-8.

A China Eastern Airlines tem outros 40 grandes widebodies enquanto a China Southern Airlines possui 35 aviões, o que demonstra que só as três grandes transportadoras do país poderiam encomendar em tese cerca de 150 aeronaves apenas para repor a atual frota.

Falta de motores chineses

Os desafios à frente, no entanto, são enormes. A COMAC está apenas no início da curva de aprendizado na produção de um narrowbody como o C919, que é o tipo de aeronave mais versátil e procurada no mercado.

A indústria chinesa também depende muito ainda de fornecedores ocidentais, sobretudo para os motores. A experiência sobre o C929 diz muito a esse respeito.

O 5º jato C919 da China Eastern Airlines
A COMAC está no início da curva de aprendizado em manter um jato comercial de grande demanda (Redes sociais)

Inicialmente, a COMAC se uniu à UAC, da Rússia, para lançar o CR929, porém, a falta de recursos dos parceiros e o início da invasão militar à Ucrânia tiraram os russos do programa.

O motor do CR929 seria o PD-35, maior turbofan desenvolvido na Rússia. Agora, o C929 pode ter de depender de um motor ocidental para ser lançado enquanto a China não fabrica um equipamento semelhante.

E há ainda a transição energética em curso, que torna uma nova aeronave comercial arriscada na próxima década, tão próximo do limite de emissões previsto para 2050.

A despeito disso, é aconselhável não ignorar os esforços chineses para ter uma linha completa de aeronaves comerciais.

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  1. Que o Ocidente não reclame, não tiveram visão de longo prazo e toda a tecnologia adquirida desde os primórdios da aviação passaram de “mãos beijadas” a eles, tudo em troca da asneira em procurar mão de obra de graça. E o barato vai sair bem caro, muito caro, para todos nós.

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