Apesar de proposta “histórica”, Boeing pode enfrentar greve na sexta-feira

Muitos funcionários tiveram reação negativa sobre acordo provisório entre a empresa e o sindicato, segundo reportagens. Votação decisiva está marcada para dia 12
Boeing 737 MAX 10
Apresentação do 737 MAX 10 na sede da Boeing em Seattle, nos EUA (Boeing)

Considerado “histórico” pela Boeing e o IAM, sindicato que representa cerca de 33.000 funcionários da empresa na área de Puget Sound, no estado de Washington, o acordo provisório anunciado no domingo, 8, teve diversas reações negativas entre os trabalhadores.

Na segunda-feira, 9, funcionários da Boeing fizeram um protesto durante o intervalo do almoço na fábrica de Everett, onde é produzido o 767 e o 777, clamando pela decretação greve na empresa.

Nas redes sociais, postagens criticavam o sindicato e seu líder Joh Holden, por ter aceito os termos oferecidos pela Boeing.

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O próprio Holden disse ao jornal The Seattle Times acreditar que a proposta será rejeitada e haverá votos suficientes para iniciar uma greve ao meio-dia da sexta-feira.

Funcionários da Boeing pediram por greve nesta segunda
Funcionários da Boeing pediram por greve nesta segunda

Novo jato comercial será feito na região

O atual contrato de trabalho com os funcionários das históricas fábricas de Renton e Everett, berço da empresa, além de outras instalações, se encerrará às 11h59 de 12 setembro, a próxima quinta-feira.

Nesse mesmo dia haverá a votação dos membros do Distrito 751 (Puget Sound) e W24 (Portland) que decidirão se aceitam o acordo provisório anunciado no domingo e se concordam ou não com a greve.

O acordo acertado entre a Boeing e os líderes do sindicato de maquinistas estipula um aumento de 25% nos próximos quatro anos, que pode ser maior para algumas categorias, redução de custos com plano médico, uma contribuição mais alta para aposentadoria, mas o fim de um bônus anual.

Novo avião comercial da Boeing será feito em suas raízes
Novo avião comercial da Boeing será feito em suas raízes (Fly Away)

A Boeing também declarou que produzirá seu novo jato comercial, conhecido informalmente como ‘797’, na região, garantindo que não pretende dividir a tarefa com outras unidades como Charleston, na Carolina do Sul.

Para o líder do sindicato, a proposta é a melhor possível sem que haja greve, mas talvez não seja suficiente para muitos empregados, que amargam perda de poder aquisitivo e um futuro incerto.

Ações da Boeing

A despeito do ceticismo dentro das fábricas, o anúncio do acordo provisório fez as ações da Boeing subirem mais de 3% na segunda-feira, embaladas também pela volta segura da cápsula Starliner à Terra. Nesta terça, no entanto, o movimento era de queda forte.

A Boeing enfrenta um longo e desgastante escrutínio público sobre falhas na produção e falta de segurança em suas aeronaves, mas além disso há a persistente dificuldade para retomar uma taxa mais alta de produção nas linhas de montagem.

O Boeing 777-9 N779XY, que fez o primeiro voo de certificação com a FAA
O Boeing 777-9 N779XY, que fez o primeiro voo de certificação com a FAA

O atraso na produção afeta desde o 737 MAX ao 787 Dreamliner e novos aviões como o 777X.

Uma greve a partir de sexta-feira pode tornar os títulos da dívida Boeing a ter o status de “junk” (lixo), de alto grau especulativo, ou pouco acima da situação atual.

 

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