Total Linhas Aéreas quer comprar moderno jato chinês C919

Companhia aérea, que hoje é focada em carga, diz que irá em outubro para a China negociar compra de quatro aeronaves com a COMAC
Jato comercial C919
Jato comercial C919 (COMAC)

Uma companhia aérea brasileira pode se transformar na primeira cliente ocidental do jato comercial chinês COMAC C919.

Segundo a Reuters, a Total Linhas Aéreas está em discussões com a fabricante de aviões há meses e planeja encomendar até quatro aeronaves do modelo, que é um rival direto do Boeing 737 e Airbus A320.

Atuando majoritariamente em transporte de carga e voos charter, a Total tem uma frota com apenas quatro 737-400F e um turboélice ATR 42-500 após aposentar seus trijatos 727.

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Paula Almada, sócio controlador da empresa, afirmou à agência que irá visitar as instalações da COMAC em outubro para discutir o potencial pedido.

Boeing 737-400 cargueiro da Total Linhas Aéreas (Alexandro Dias)
Boeing 737-400 cargueiro da Total Linhas Aéreas (Alexandro Dias)

As conversas ocorrem às vésperas da visita do presidente da China, Xi Jiping, ao Brasil, em novembro. Os dois países são grandes parceiros comerciais e membros do BRICS, que reúne também a África do Sul, a Índia e a Rússia.

Almada justificou a opção pelo novo jato comercial diante das restrições de produção pelas quais passam a Boeing e a Airbus.

Sobre a Embraer, o executivo-chefe disse que só há slots a partir de 2026 e que o E195-E2 não comporta mais do que 150 assentos.

O C919 é normalmente configurado com uma cabine com cerca de 164 lugares e poderia ter a primeira aeronave entregue a partir de março de 2025, segundo disse.

Cabine do C919 da Air China
Cabine de passageiros do C919 da Air China

Sem certificação de tipo no Ocidente

O interesse da Total pelo C919 é visto com ceticismo por analistas ouvidos pela agência de notícias, que temem pelo suporte técnico chinês ainda não colocado à prova.

Mas há outros fatores como a falta de uma certificação de tipo no Ocidente. Por enquanto a aeronave, que tem apenas nove jatos em serviço, só foi aprovada pela CAAC, a autoridade de aviação civil chinesa.

A certificação pela EASA está em andamento e a fabricante espera por um aval no ano que vem. Como a agência europeia trabalha em sintonia com a FAA e a brasileira ANAC, em tese o processo seria facilitado caso ocorra a aprovação na Europa.

ERJ-145 produzido na China
ERJ-145 produzido na China: Embraer espera voltar a vender aviões comerciais no país

O governo brasileiro vê o possível negócio como um marco que pode reabrir o mercado chinês para as aeronaves da Embraer.

A fabricante já vendeu seus E-Jets na China e chegou a produzir o ERJ 145 e sua versão executiva em socidade com a chinesa Harbin, mas há muitos anos não há encomendas de empresas chinesas.

Recemente a família E2 obteve a certificação de tipo da CAAC, porém, até o momento nenhum negócio foi fechado.

No ano passado, durante visita de Lula à China, o governo sugeriu que haveria o anúncio de um acordo para 20 aeronaves, mas nada ocorreu.

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