Quantos ‘mastodontes’ An-124 continuam voando no mundo?

Gigante da era soviética esteve no Brasil em 28 de setembro, pousando no Rio de Janeiro para descarregar equipamentos para exploração de petróleo. Aeronave tem visto frota reduzir
Antonov An-124 no aeroporto de Belém
O An-124 é o segundo maior cargueiro do mundo. Só perde para o irmão “filho único” An-225 (Infraero)

Você viu? No sábado, 28 de setembro, pousou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, um Antonov An-124 Ruslan, o último gigante soviético que ainda voa com regularidade e considerado o maior avião cargueiro do mundo.

A aeronave de matrícula da Ucrânia, esteve no país para trazer equipamentos que serão usados na exploração de petróleo, uma das especialidades do modelo.

Ucraniano de nascimento, o enorme avião eslavo é uma referência em transporte aéreo de cargas e visita o Brasil com certa regularidade. Mas, quantos dele ainda existem?

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A Antonov, antigo Bureau de Design da União Soviética, era um famoso fabricante aeroespacial cuja característica foi construir grandes aeronaves de carga para uso militar e civil em seus últimos anos.

Fundada em 1946, ela desenvolveu vários aviões, mas seu mais popular é o Antonov An-124 “Ruslan”.

O An-124 em visita ao Galeão no sábado, 28
O An-124 em visita ao Galeão no sábado, 28

Embora seja um avião projetado nos anos 70, o Antonov An-124 se tornou operacional em 1982, apenas três anos antes do agora lendário An-225 “Mryia”, destruído na Guerra da Ucrânia.

Construído em Ulyanovsk, o An-124 sempre foi um gigante dos ares, competindo em porte militar com o Lockheed C-5 Galaxy, dos Estados Unidos.

Leva 150 toneladas de carga!

Com quatro motores Progress DT-18 de 51.000 libras de empuxo estático cada um, o Ruslan tem um peso máximo de decolagem de impressionantes 402 toneladas, pousando com até 330 toneladas de peso.

Medindo 69,1 m de comprimento e 73,3 m de envergadura, o Antonov An-124 tem mais de 21 m de altura. Enorme, seu porão de carga pode levar de 88 a 350 pessoas, dependendo da configuração, mas são as cargas a dominar, com até 150 toneladas podendo ser levadas a grandes distâncias.

O alcance de traslado chega a 14.000 km, por exemplo, e com tudo isso, as encomendas que precisam voar confiam num avião robusto e capaz, como é o Antonov An-124.

A fuselagem do An-225 atualmente (Igor Lesiv, aerovokzal.net)

Ucraniano entre os russos

Hoje, em todo o mundo, segundo dados do Planespotters, existem pelo menos 21 exemplares considerados ativos, a maioria deles sob bandeira russa.

Desses operacionais, apenas 5 voam com registro ucraniano e pela própria Antonov, que criou uma companhia aérea de cargas há alguns anos.

Dos “russos”, todos voam pela Força Aérea da Federação Russa, enquanto apenas um An-124 está operando na Maximus Air Cargo, dos Emirados Árabes Unidos.

O An-124 em 24 de dezembro de 1982 (Antonov)

Muitos estão parados

Mas isso não quer dizer que existam apenas 21 aeronaves. A Líbia, por exemplo, tem um estacionado, sendo que outro foi destruído em março de 2021. A Rússia tem quatro estacionados e a Antonov tem mais um exemplar.

Estes Antonov An-124 estacionados podem ser colocados em voo rapidamente, porém, os armazenados precisarão de um retrofit importante para voltarem a voar.

A Rússia é a única que possui células nessa condição, com a maioria das nove armazenadas, colocadas assim desde o começo dos anos 90. Outros quatro aviões se acidentaram, inclusive no serviço de carga da Aeroflot e da Aviastar.

Com a Antonov sem produzir aeronaves há décadas, o fornecimento de peças se tornou crítico, ainda mais para a Rússia, o maior operador com 34 das 43 unidades construídas pela antiga estatal soviética.

Irmão menor do An-225

Infelizmente, com a Guerra com a Ucrânia, a Antonov sofreu danos, sendo o pior com a destruição, por parte dos russos, do icônico An-225.

Antonov An-225 (Denmen Aviation Photography)

Considerado o maior avião do mundo, com seus seis motores e enorme capacidade de carga, o Mryia tinha no An-124 seu irmão menor.

Assim como este, o An-225 também veio ao Brasil, mas atualmente só podemos apreciar as cinco unidades do An-124 da Antonov Airlines quando uma delas surge em sua majestosa presença nos céus do país.

Sempre com pousos e decolagens tranquilas, que contrastam com seu enorme volume e peso, o Antonov An-124 é um lembrete da ousadia soviética em querer ter o maior e o melhor.

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