A Boeing elevou mais uma vez a proposta de aumento salarial para os próximos quatro anos aos cerca de 33.000 trabalhadores da região Puget Sound, que inclui as fábricas de Renton e Everett, onde são feitos os jatos 737, 767 e 777.
Após uma oferta inicial de apenas 25% feita em setembro, a fabricante chegou a uma proposta de 38%, além da ampliação de benefícios como bônus de ratificação e contribuições previdenciárias.
O sindicato IAM, que representa os funcionários, marcou a votação sobre a proposta a próxima segunda-feira, 4 de novembro.
A greve nas instalações da Boeing no estado de Washington entrou na oitava semana, piorando as já abaladas finanças da empresa.
“Melhor oferta possível”
As negociações trabalhistas marcaram um dos primeiros atos do novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg, que assumiu em agosto.
Em 8 de setembro, a direção da empresa e o IAM anunciaram um pré-acordo para um reajuste de 25%, o corte de alguns benefícios e a garantia que um novo jato comercial seria feito na região.
Ambos consideraram a proposta como a “melhor possível”, mas logo ficou claro que os funcionários da empresa iriam rejeitar a oferta, o que de fato ocorreu em 12 de setembro, com a reprovação de mais de 90% deles.
As fábricas de Renton e Everett pararam no dia seguinte enquanto as partes voltavam à mesa de discussões, mas uma segunda oferta de 30% de aumento foi rechaçada pelo sindicato, o que fez a Boeing retirá-la.
Após a intervenção da secretária interina do trabalho, Julie Sue, a Boeing elevou a oferta para 35% de aumento, mas ainda assim 64% dos funcionários a rejeitaram.
Mais de US$ 24 bilhões levantados no mercado
O IAM afirmou que os 38% e os benefícios é tudo que ele conseguiu extrair da fabricante de aviões, sinalizando que a relutância de seus associados pode estar perto do fim.
Em meio ao impasse, a empresa está lançou uma oferta de papéis de dívida para levantar mais de US$ 24 bilhões para sustentar suas operações nos próximos anos.
A nova votação ocorrerá à vésperas das eleições presidenciais nos EUA, disputada pela vice-presidente democrata Kamala Harris e o republicano e ex-presidente Donald Trump.