Sem recursos, Aeronáutica desliga radares

Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro desativa temporariamente cinco dos 23 radares meteorológicos do país; ação não prejudica o tráfego aéreo, afirma FAB
O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro possui 23 radares no país (SISCEAB)
O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro possui 23 radares no país (SISCEAB)
O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro possui 23 radares no país (SISCEAB)
O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro possui 23 radares no país (SISCEAB)

O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) desligou no último dia 15 de abril cinco radares meteorológicos em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Segundo a Aeronáutica, os aparelhos foram desativados temporariamente devido a restrições orçamentárias. Ao todo, o SISCEAB possui 23 radares espalhados país.

Em contato com o Airway, a Força Aérea Brasileira (FAB) ressaltou que esses radares são “ferramentas complementares” para a captação de informações meteorológicas. De acordo com a FAB, os equipamentos em questão não são utilizados para o controle de tráfego aéreo. “O SISCEAB conta com outras fontes de informação para previsões climáticas, como imagens de satélite e estações e meteorológicas de superfície”, informa a Aeronáutica.

De olho na chuva

O radar meteorológico é usado para localizar “precipitações”. Na meteorologia, precipitação descreve qualquer tipo de fenômeno natural relacionado à queda de água do céu. Isso inclui chuva, neve e chuva de granizo.

O radar de meteorologia consegue encontrar o focos de precipitação a longas distâncias e também pode definir sua intensidade. Esses equipamentos emitem pulsos “Doppler”, capazes de detectar o movimento das gotículas de chuva (ou flocos de neve e granizo). O equipamento emite um sinal de radiação eletromagnética contínuo que “rebate” nas precipitações e retorna para as telas dos controladores.

Os pontos vermelhos indicam focos de fortes "precipitações" (DECEA)
Os pontos vermelhos indicam focos de fortes “precipitações” (DECEA)

Posicionamento oficial da Aeronáutica:

“O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) possui 23 radares meteorológicos. Cinco deles, localizados em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal, foram desligados no dia 15 de abril de 2016 devido a restrições orçamentárias. Exceto para manutenções de rotina, os radares nunca haviam sido desativados.

Esses radares são ferramentas complementares para a captação de informações meteorológicas, que ficam disponíveis para consulta de qualquer cidadão, no site www.redemet.aer.mil.br. É importante ressaltar que eles não são utilizados para o controle de tráfego aéreo. Além dos radares meteorológicos que continuam em operação, o SISCEAB conta com outras fontes de informação para previsões climáticas, como imagens de satélite e estações meteorológicas de superfície.

O consumo de energia de um radar gira em torno de 10.000 Kwh e 13.000 Kwh. O custo depende da tarifa energética cobrada por estado.”

Veja mais: FAB busca avião de grande porte para alugar

19 comments
  1. Além dos radares meteorológicos, também foram suspensas as sondagens meteorológicas das 0000 UTC, destinadas a verificação do perfil da atmosfera, determinante para a radiografia e previsão de gelo, turbulência, e instabilidade. Sem radar e sem sondagem a coisa se torna perigosa.

  2. Tem uma área que é da embraer ou infraero em Itapevi-SP e foi invadida. Se alguém da imprensa especializada puder investigar, agradeço.

  3. “Ferramentas complementares”… Se é tão indispensável, por que foi feito tal investimento e mantido durante anos? Brincadeira né… Se da pra piorar ainda mais, pra que melhorar?
    Obrigado, Dilma!!!

  4. Nossa como diria o Lula nunca antes na história deste país
    faltou dinheiro para os radares.Fico chocado o quanto que roubaram.

  5. A DILM DEVE DAR AUMENTO AO JUDICIÁRIO, AUMENTAR O BOLSA FAMÍLIA, DISTRIBUIR DINHEIRO PARA SENADORES E DEPUTADOS CONTRA IMPEACHMENT MAS A AERONÁUTICA TEM QUE MANDAR PARAR OS SERVIÇOS DOS RADARES POR FALTA DE DINHEIRO… O PIOR É QUE O COMANDANTE DA FORÇA ACATA TUDO ISTO SEM RECLAMAR…

  6. É um “legado” de governos anteriores também. Mirage III no governo FHC já era sucateado, camarada. Sabia?

  7. servi 6 anos, de 01 até 07, já era sucateado, não tinha uniforme p todo mundo, fiquei sem receber salário que já era uma miséria, e os oficiais desviavam dinheiro de obras e em contratos com fornecedores, o que deve ocorrer até hj… No brasil o que falta é gente honesta, pois todo mundo reclama, mas quando pode desvia o seu…

  8. Sou meteorologista e trabalho no serviço de meteorologia aeronáutica brasileiro. Algumas correções sobre essa matéria:
    1. os cinco radares citados não foram desligados no dia 28/04, estão desligados desde 15/04/2016.
    2. o radar meteorológico constitui a principal ferramenta de monitoramento das áreas de trovoadas e tempo severo na rota dos aviões. Se o previsor não tem ferramenta de monitoramento, e se as trovoadas constituem áreas de perigo para o voo a ponto dos aviões serem desviados das área de mal tempo, a ausência da informação do radar meteorológico coloca em risco as operações aéreas sim. A FAB dizer que esses radares estarem desligados não interfere no controle de tráfego aéreo é uma besteira sem fim!
    3. não são só os radares que estão desligados. As radiossondagens (lançamento de balões sonda para medir o perfil vertical de temperatura, umidade e vento da atmosfera) também foram cancelados. Antes eram feitos dois lançamentos por dia, agora a aeronáutica está fazendo apenas 1 e a ausência desses dados prejudicam muito as previsões meteorológicas.
    4. no posicionamento oficial da aeronáutica, outra besteira foi dita. Os radares não são utilizados para fazer previsão climática, e sim para fazer previsões meteorológicas de curto prazo (alertas meteorológicos). Previsão climática é outra coisa diz respeito à previsões do comportamento do clima a longo prazo, como daqui 3 meses (um exemplo disso seria a previsão sobre se o nosso inverno será frio ou não, se haverá seca ou não). O radar meteorológico não é ferramenta para fazer previsão climática.
    Cabe ressaltar que as tarifas aeronáuticas que cada aeronave é obrigada a recolher quando sobrevoa o espaço aéreo brasileiro deveriam ser utilizadas para manter o funcionamento dos serviços e facilidades da navegação aérea. Se os pilotos continuam pagando as tarifas, para onde está indo este dinheiro????

  9. Gosto muito do site. Parabéns, pela administração do pais Dilma, o ultimo que ficar apague a luz, obrigado…

    u

  10. É simplesmente um absurdo isso! A FAB não precisa ser detentora destes radares, a iniciativa privada pode e deve absorver estas estruturas para melhorar a rede de informações meteorológicas. Há muita gente que precisa destes dados e não possui pois a FAB acha que é de “segurança nacional”. Agricultura, transportes terrestres, prefeituras, pesquisadores, muita gente tem interesse nestas informações que unificando os imagens em portais, estas se manteriam apenas com propagandas no site, não haveria necessidade de cobrança pelas informações, mas no nosso país do futebol, samba, bunda e jeitinho brasileiro… Vergonhosa a situação, e depois a ANAC argumenta que o rebaixamento do nosso espaço aéreo é sem fundamento. Já já será implantado a “rede de controle dos aeroportos por frequência livre”, galera 123.45 e se virem! PAKABÁ!

  11. É isso aí MARCIA COSTA. Agora vejam as últimas pessoas que assumiram a administração da ANAC, genro de um senador advogado(que não há problema, desde que tivesse experiência) mas sem experiência alguma. Deve ser algum entusiasta que joga flight simulator e tinha um sonho….. Ah senhora PRESIDENTA, faça-me um favor, váTKTÁ!

  12. Caro Thiago Vinholes, a Marcia Costa fez um comentário altamente técnico e bem explicado, o que deve merecer todas as atenções das nossas autoridades aeronáuticas. Você disse que irá em busca da versão da FAB,o que é ótimo. Logo após de obter a versão publique-a aqui, seremos muito gratos.

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