A crise na economia brasileira está afetando severamente o mercado de transporte aéreo no país. Segundo balanço da Associação Brasileira das Companhias Aéreas (ABEAR), a demanda por viagens domésticas em abril recuou 12,2% comparado ao mesmo mês do ano passado. Esse já o nono mês de baixas consecutivas no setor.
O resultado do mês passado foi o pior desempenho de demanda doméstica desde fevereiro de 2013 e o pior resultado do indicador para um mês de abril desde 2012. Com isso, a oferta, calculada em “assentos por quilômetro”, vem sendo reduzida a cada nova baixa mensal.
Em abril, a oferta encolheu 10,3% em relação a março. Desta forma, o aproveitamento das operações caiu 1,7%. De acordo com a ABEAR, as quatro principais companhias aéreas (que respondem por 99% do mercado) do Brasil alcançaram uma taxa de ocupação média de 79,3%: ou seja, os aviões estão voando com mais de 20% dos assentos vazios.
Foram registradas 6,8 milhões de viagens domésticas em abril, resultado 12% inferior ao mesmo mês de 2015. Novamente, esse é o pior resultado no setor desde fevereiro de 2013 e o mais fraco em volume de passageiros para um mês de abril desde 2012.
Um dos principais efeitos da desaceleração da aviação no Brasil são os cortes nas malhas aéreas. “As companhias estão revisando permanentemente seus planos para manterem as operações sustentáveis economicamente. Até o final deste ano, o corte na malha deve ser superior a 10%”, afirmou Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR.
Segundo Sanovicz, 95% desses cortes acontecem nas frequências. Isto é, determinados destinos estão recebendo menos voos. “Já quando a operação se torna inviável, o destino acaba sendo cortado. As mais afetadas são as rotas regionais”, revelou o presidente da ABEAR.
No acumulado dos quatro primeiro meses de 2016 comparado ao mesmo período de 2015, o mercado doméstico já soma baixa de 6,5% na demanda e 5,3% na oferta. Entre janeiro e abril deste ano, as empresas associadas da ABEAR transportaram 29,7 milhões de passageiros em voos dentro do Brasil, volume 7,3% inferior ao primeiro quadrimestre do ano passado.
“Se todo esse cenário econômico for revertido, o setor aéreo deve retomar o crescimento somente em meados de 2017”, completou Sanovicz.
[table caption=”Participação das companhias no mercado doméstico
em abril” width=”500″ colwidth=”20|100|50″
colalign=”left|left|center|left|right”]
1,LATAM,36.85%
2,GOL,33.88%
3,AZUL,17.49%
4,AVIANCA,11.77%
[/table]
Mercado internacional em queda
Ante abril de 2015, a demanda internacional teve queda de 3,6% e já é o segundo resultado mensal consecutivo no segmento. Já a queda na oferta foi ainda mais expressiva, de 6,8%. Desta forma, a taxa de ocupação das aeronaves caiu 2,7% e atualmente está em 81,4%.
De acordo com o balaço da ABEAR, as companhias nacionais transportaram 546 mil passageiros entre o Brasil e o exterior. Esse volume é 1,7% inferior ao de março. Segundo a associação, essa foi a menor quantidade de passageiros internacionais transportados em um mês desde novembro de 2013 e o pior resultado para abril desde 2014.
Impulsionado pelos resultados positivos de janeiro e fevereiro, a demanda internacional ainda acumula alta de 2% nos quatro primeiros meses do ano. Nesse período, a oferta também mostra pequena elevação de 0,3%. Segundo a ABEAR, foram transportados 2,5 milhões de passageiros em voos internacionais no primeiro quadrimestre de 2016.
[table caption=”Participação das companhias no mercado
internacional em abril” width=”500″ colwidth=”20|100|50″
colalign=”left|left|center|left|right”]
1,LATAM,80.38%
2,GOL,16.63%
3,AZUL,6.91%
4,AVIANCA,0.08%
[/table]
Cargas
O volume de carga aérea movimentada no mercado doméstico pelas companhias associadas da ABEAR somou 26,4 mil toneladas em abril, número 6,3% abaixo do mesmo mês em 2015. Em contrapartida, no mercado internacional o desempenho tem sido o inverso. No mês passado, empresas brasileiras transportaram 16 mil toneladas de cargas para o exterior, um aumento de 14,3% na movimentação em relação a abril do ano passado.
O segmento doméstico de carga acumula baixa de 12% no ano, com 97,4 mil toneladas transportada, comparado ao primeiro quadrimestre de 2014. Já o ramo internacional teve alta de 6,8% em 2016, com 61,3 mil toneladas transportas.
Veja mais: Segredos da aviação comercial
Eu espero sinceramente que elas quebrem todas, e que o governo se veja obrigado a abrir espaço para companhias mais profissionais e menos mercenárias com equipamentos mais modernos, como as encontradas nos EUA e na EUR. A diminuição no fluxo de viagens domésticas caiu e continuará caindo, pelo abuso sem precedentes no aumento de preços das passagens.
A matéria esqueceu de mencionar a porcentagem de reajuste nas passagens, em certos casos superiores a 300% em relação aos mesmos períodos do ano passado. Não há justificativa para este abuso. Parem com essa política de abuso da população, chega!