A Airbus reiterou na semana passada que o A321XLR, variante de maior alcance do jato de um corredor, entrará em serviço em 2023 como planejado.
O programa, lançado em junho de 2019, poderia ter sido afetado pela pandemia do Covid-19, porém, a empresa mantém a expectativa de realizar o voo inaugural da aeronave em 2022.
Em um curto comunicado, a Airbus afirmou que o primeiro protótipo entrará na linha de montagem da fábrica de Hamburgo no final de 2021. Esse jato já começou a ser montado no mês passado, conforme divulgou a empresa.
O A321XLR tem se revelado o maior sucesso da Airbus nos últimos anos graças à sua autonomia sem igual na categoria. Evolução do A321LR, a nova versão poderá voar sem escalas por 4.700 nm (8.700 km), ou 700 milhas naúticas a mais.
Para obter esse desempenho, a Airbus está elevando o peso máximo de decolagem para 101 toneladas, o que permitirá a instalação de um tanque central traseiro (transportando 12.900 litros de combustível), além de um tanque central frontal adicional como opção.
A aeronave será capaz de transportar até 244 passageiros em classe única ou ser configurada com 180 a 220 assentos em duas classes, uma capacidade semelhante ou até superior a antigos quadrimotores de longo alcance do passado.
Desenvolvimento dentro do esperado
Mas resta saber se a Airbus conseguirá cumprir esse cronograma. Por enquanto, o planejamento da fabricante parece viável. Se comparado ao desenvolvimento do A321LR, o ritmo está dentro do esperado.
Enquanto a versão de longo alcance foi lançada em outubro de 2014 e voou pela primeira vez 38 meses depois, a entrada em serviço ocorreu apenas 10 meses após a etapa de certificação, com 100 horas de voo.
Nesse mesmo ritmo, o A321XLR poderia realizar o voo inaugural em torno de agosto de 2022, com a primeira entrega para a companhia aérea MEA em meados de 2023.
No entanto, o A321XLR é uma aeronave com modificações mais extensas que o A321LR. A Airbus precisa transportar um volume enorme de combustível dentro da fuselagem para permitir que o avião possa entregar o desempenho esperado.
A solução foi questionada pela Boeing durante consulta feita pela EASA sobre o processo de certificação da variante. Diante dos problemas enfrentados pelo 737 MAX, não será surpresa se a FAA for tão dura com a Airbus a fim de garantir que o A321XLR seja seguro.
Apesar disso, um pequeno atraso na entrada em serviço não deve pesar significativamente para os clientes do novo jato de corredor único, embora ávidos por ter em suas mãos uma aeronave capaz de voos transoceânicos com uma significativa economia de combustível.