A Direction Générale de l’Armement (DGA), da França, notificou a Airbus e a Dassault para que produzam estudos para uma aeronave de patrulha marítima capaz de substituir os antigos turboélices ATL 2.
O pedido foi feito em 22 de dezembro, mas apenas revelado nesta semana pela divisão de defesa do governo francês. Cada fabricante receberá 10,9 milhões de euros para apresentar versões marítimas do A320neo e do jato executivo Falcon 10X.
Segundo a DGA, as duas empresas deverão apresentar soluções economicamente atrativas para subistituir a frota de 22 ATL 2, versão modernizada do Atlantic, aeronave desenvolvida nos anos 60 pela Bréguet, e que passa por uma atualização tecnológica a ser concluída em 2025.
Os aviões deverão incorporar sensores mais avançados e sistemas baseados em inteligência artificial, além de um novo míssil anti-navio.
A etapa terá duração de 18 meses e servirá como base para o lançamento do projeto Patmar (Patrulha Marítima), previsto para 2026. O plano do governo francês é que o novo avião entre em serviço na próxima década.
Parceria frustrada com a Alemanha
A Airbus Defence apresentou o MPA, uma variante de patrulha marítima baseada no A320neo em 2018. Na época, a fabricante alegou o jato comercial oferecia uma área útil interna maior além de uma autonomia superior a outros aviões do gênero.
A Dassault Aviation, por sua vez, revelou o Falcon 10X em 2021, um jato executivo com desempenho superior na categoria de longo alcance, e meses depois admitiu que a aeronave poderia ser contertida para patrulha marítima.
O governo francês tem esperança que o novo avião de patrulha marítima interesse a outros parceiros europeus, o que ajudaria a dividir os custos de desenvolvimento.
A Alemanha, por exemplo, pretendia estudar a aeronave em conjunto no programa MAWS (Maritime Airborne Warfare System), mas decidiu adquirir os jatos P-8A Poseidon, da Boeing, já que seus P-3 Orion estão no fim da vida útil.