Quando David Neeleman fundou a companhia aérea americana JetBlue em 1999 já tinha em mente duas coisas: a padronização da frota por questões de economia e produtividade e a escolha do A320 como sua aeronave inicial. O jato da Airbus já despontava na época como o principal rival do Boeing 737, situação que hoje é bastante acirrada.
No Brasil, o empresário repetiu a estratégia, porém, optou por um avião menor e brasileiro, adequado às condições do transporte aéreo no país. A família de E-Jets da Embraer hoje tem a Azul como única cliente em nosso mercado, que tem em sua frota nada menos que 65 unidades das versões E190 e E195. Mas, quem diria, agora quem tem feito os olhos dos executivos da companhia brilharem é justamente o A320 mas na versão NEO, mais avançada e econômica.
Recebidos a partir de dezembro de 2016, os A320neo hoje formam a maior frota do gênero no Brasil com 14 unidades, superior à da Avianca (10 unidades) – a LATAM chegou a receber duas unidades mas as repassou para a divisão chilena embora vá receber novos aviões do tipo em breve.
A importância do A320neo na frota da Azul ficou clara durante apresentação dos resultados da companhia há alguns dias no chamado “Azul Day”, evento para investidores. Na ocasião, a companhia revelou que o jato da Airbus conseguiu ampliar a rentabilidade sobretudo em rotas de longa distância da empresa. De acordo com a empresa, o A320neo possui um custo por assento quilômetro cerca de 29% menor que o Embraer E195, então usado nesses destinos. Bem maior, o A320neo pode levar 174 passageiros contra apenas 118 do avião brasileiro.
Num documento apresentado no evento, a companhia define a grande vantagem do Airbus em relação ao E195: “o A320neo oferece 56 assentos adicionais praticamente sem custo adicional por voo, resultando em um custo por assento significativamente menor”.
A320 antigo
Por essa razão, a ideia é ampliar a frota do modelo para 20 unidades até o final de 2018. A imagem do avião da Airbus é tão positiva dentro da Azul que para não perder capacidade de assentos durante a instalação do sistema de TV ao vivo nessa frota, a companhia decidiu alugar um A320ceo, a versão antiga e menos eficiente do avião “para compor a frota da companhia pelos próximos quatro meses enquanto realiza o processo gradual de instalação da TV ao vivo nos aviões A320neo”, diz nota enviada à redação de Airway.
Hoje o A320neo voa em rotas de longa distância como Campinas-Manaus, Campinas-Recife, Confins-Belém, mas também em trechos mais curtos e de alta demanda como Confins-Campinas e Santos Dumont-Campinas.
Das apostas de Neeleman uma permanece, a de ter o A320 na frota das empresas aéreas que fundou. Já a outra ficou pelo caminho, a padronização. Até mesmo a JetBlue hoje opera, além do A320, também o Embraer E190.
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Pelo visto a Embraer perdeu um cliente, vai ser tudo Airbus
A Embraer investe em aviões menores, mas hoje em dia, com a situação econômica e a busca pelas melhores linhas aéreas, vôos mais rápidos e confortáveis, as linhas aéreas tem de manter a sua clientela satisfeita. Por isso, muitas abandonaram aviões que voavam para elas desde muitos anos, e investem em aviões melhores. É um grande passo para a Azul, já voei, inclusive, numa viagem com um de seus aviões e posso dizer que foi ótima. Que venha agora a revolução deste linha aérea. Por isso também que a “rixa” entre a Airbus e a Boeing por clientes fica cada vez mais interessante.
Particularmente prefiro voar no Embraer 195, pois o acho mais confortável e silencioso…
O problema é que ninguém consulta quem mais importa. Os passageiros. O Embraer é infinitamente mais confortável que o 320. E valr cada centavo pago a mais nas passagens da Azul.
É certo que veremos cada vez menos aviões da Embraer aqui nos céus do Brasil e do mundo com o passar do tempo, algo muito triste. Como dizia o comandante Rolim Adolfo Amaro ( eterno fundador da TAM ), nada substitui o lucro. Os aviões maiores transportam mais passageiros e trazem mais receita. As regionais nacionais não encontram fôlego financeiro para comprar os jatos da Embraer ( nem crescer ). E as regionais do exterior também estão optando por aviões maiores, visto que a rentabilidade é muito mais vantajosa. A repaginada na família 170/190 foi sem dúvida um tiro no pé. Espero que depois da união com a Boeing um novo projeto regional se destaque, já que a fabricante americana é quem dita as regras do mercado e pronto.
A Azul não está abandonando os jatos da Embraer… inclusive comprou e ainda vai receber os novos E195-E2. Ou seja, apenas está adequando tipos diferentes de aviões à sua malha/realidade.
Certamente, para muitas rotas da Azul os A320-neo não seriam rentáveis.
Tive a oportunidade em voar nos dois aviões, posso dizer sem fanatismo, sou mil vezes o avião da Embraer