A320neo vira a menina dos olhos da frota da Azul

Versão avançada do jato da Airbus aumenta rentabilidade da companhia aérea em rotas de longa distância no Brasil antes realizadas com os menores E195
A Azul iniciou seus voos comerciais com o A320neo em dezembro de 2016 (Airbus)
Um A320neo, jato que tem se popularizado no Brasil, pode pagar até R$ 850 mil em impostos por ano (Airbus)
A Airbus entregou 558 modelos A320, sendo 181 deles da nova série A320neo (Airbus)
Airbus A320neo da Azul: ele ampliou a rentabilidade da empresa em 29% (Airbus)

Quando David Neeleman fundou a companhia aérea americana JetBlue em 1999 já tinha em mente duas coisas: a padronização da frota por questões de economia e produtividade e a escolha do A320 como sua aeronave inicial. O jato da Airbus já despontava na época como o principal rival do Boeing 737, situação que hoje é bastante acirrada.

No Brasil, o empresário repetiu a estratégia, porém, optou por um avião menor e brasileiro, adequado às condições do transporte aéreo no país. A família de E-Jets da Embraer hoje tem a Azul como única cliente em nosso mercado, que tem em sua frota nada menos que 65 unidades das versões E190 e E195. Mas, quem diria, agora quem tem feito os olhos dos executivos da companhia brilharem é justamente o A320 mas na versão NEO, mais avançada e econômica.

Recebidos a partir de dezembro de 2016, os A320neo hoje formam a maior frota do gênero no Brasil com 14 unidades, superior à da Avianca (10 unidades) – a LATAM chegou a receber duas unidades mas as repassou para a divisão chilena embora vá receber novos aviões do tipo em breve.

A importância do A320neo na frota da Azul ficou clara durante apresentação dos resultados da companhia há alguns dias no chamado “Azul Day”, evento para investidores. Na ocasião, a companhia revelou que o jato da Airbus conseguiu ampliar a rentabilidade sobretudo em rotas de longa distância da empresa. De acordo com a empresa, o A320neo possui um custo por assento quilômetro cerca de 29% menor que o Embraer E195, então usado nesses destinos. Bem maior, o A320neo pode levar 174 passageiros contra apenas 118 do avião brasileiro.

Num documento apresentado no evento, a companhia define a grande vantagem do Airbus em relação ao E195: “o A320neo oferece 56 assentos adicionais praticamente sem custo adicional por voo, resultando em um custo por assento significativamente menor”.

Lâmina da apresentação da Azul: empolgação com possibilidade criada pelo A320neo (Reprodução)

A320 antigo 

Por essa razão, a ideia é ampliar a frota do modelo para 20 unidades até o final de 2018. A imagem do avião da Airbus é tão positiva dentro da Azul que para não perder capacidade de assentos durante a instalação do sistema de TV ao vivo nessa frota, a companhia decidiu alugar um A320ceo, a versão antiga e menos eficiente do avião “para compor a frota da companhia pelos próximos quatro meses enquanto realiza o processo gradual de instalação da TV ao vivo nos aviões A320neo”, diz nota enviada à redação de Airway.

Hoje o A320neo voa em rotas de longa distância como Campinas-Manaus, Campinas-Recife, Confins-Belém, mas também em trechos mais curtos e de alta demanda como Confins-Campinas e Santos Dumont-Campinas.

Das apostas de Neeleman uma permanece, a de ter o A320 na frota das empresas aéreas que fundou. Já a outra ficou pelo caminho, a padronização. Até mesmo a JetBlue hoje opera, além do A320, também o Embraer E190.

Veja também: Azul começa a voar do Recife para os Estados Unidos

Embraer E195: ele ainda é a base da frota da Azul mas vai perder espaço para o A320neo

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  1. A Embraer investe em aviões menores, mas hoje em dia, com a situação econômica e a busca pelas melhores linhas aéreas, vôos mais rápidos e confortáveis, as linhas aéreas tem de manter a sua clientela satisfeita. Por isso, muitas abandonaram aviões que voavam para elas desde muitos anos, e investem em aviões melhores. É um grande passo para a Azul, já voei, inclusive, numa viagem com um de seus aviões e posso dizer que foi ótima. Que venha agora a revolução deste linha aérea. Por isso também que a “rixa” entre a Airbus e a Boeing por clientes fica cada vez mais interessante.

  2. O problema é que ninguém consulta quem mais importa. Os passageiros. O Embraer é infinitamente mais confortável que o 320. E valr cada centavo pago a mais nas passagens da Azul.

  3. É certo que veremos cada vez menos aviões da Embraer aqui nos céus do Brasil e do mundo com o passar do tempo, algo muito triste. Como dizia o comandante Rolim Adolfo Amaro ( eterno fundador da TAM ), nada substitui o lucro. Os aviões maiores transportam mais passageiros e trazem mais receita. As regionais nacionais não encontram fôlego financeiro para comprar os jatos da Embraer ( nem crescer ). E as regionais do exterior também estão optando por aviões maiores, visto que a rentabilidade é muito mais vantajosa. A repaginada na família 170/190 foi sem dúvida um tiro no pé. Espero que depois da união com a Boeing um novo projeto regional se destaque, já que a fabricante americana é quem dita as regras do mercado e pronto.

  4. A Azul não está abandonando os jatos da Embraer… inclusive comprou e ainda vai receber os novos E195-E2. Ou seja, apenas está adequando tipos diferentes de aviões à sua malha/realidade.
    Certamente, para muitas rotas da Azul os A320-neo não seriam rentáveis.

  5. Tive a oportunidade em voar nos dois aviões, posso dizer sem fanatismo, sou mil vezes o avião da Embraer

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