Enquanto a Boeing protela o possível lançamento do aguardado projeto NMA, também chamado informalmente de 797, a Airbus pode tomar a dianteira e oficializar o lançamento do A321XLR, modelo de ultra longo alcance do jato de corredor único.
Segundo a agência Reuters, a Airbus estaria em conversas avançadas com companhias aéreas a fim de garantir um número suficiente de encomendas – em torno de 200 a 300 unidades. Com autonomia de até 10 horas, o birreator será capaz de operar em várias rotas intercontinentais com um custo por assento bastante baixo, termo mágico para as companhias aéreas.
Caso consiga viabilizar o lançamento da nova versão, a Airbus pode anunciar o lançamento da nova aeronave durante o Paris Air Show, em Le Bourget, que ocorrerá em junho próximo.
O otimismo da fabricante europeia surgiu após a boa estréia do A321LR, que hoje tem o maior alcance para um avião de corredor único no mercado. Caso a informação seja confirmada, será um duro golpe para a Boeing, que tenta “congelar” uma configuração viável para seu NMA, um avião descrito como um pequeno widebody, capaz de ocupar o nicho entre o 737 MAX 10 e o 787-8.
O Boeing “797”, no entanto, ainda precisa superar vários desafios para tornar-se realidade, entre eles, ter um custo de desenvolvimento e produção mais controlado a fim de não elevar seu preço a um patamar em que suas pretensas vantagens operacionais sejam anuladas.
Para a Airbus, a situação é mais confortável. A família A320 possui uma seção de fuselagem mais larga e um conjunto de trens de pouso mais elevado que permite configurações maiores. Por essa razão, o A321XLR exigirá poucas alterações para obter sua prometida performance como um trem de pouso reforçado e um tanque de combustível extra no centro da fuselagem. Com essas mudanças, o novo jato comercial decolará com peso máximo de mais de 100 toneladas e poderá voar até 9.260 km (5.000 milhas náuticas).
O ponto fraco do projeto europeu estaria no fato do XLR não levar um passageiro a mais que o LR, mas teria um custo de operação mais alto por conta do peso de decolagem maior.
Ainda assim, o anúncio não deverá surpreender já que a Airbus havia revelado intenção de lançá-lo em novembro do ano passado quando recrutou novos engenheiros e designers para participar não só desse projeto como da nova família A320 e de versões avançadas do A350. É melhor a Boeing se apressar…
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O sonho de muitas empresas, fazer vôo intercontinental com avião de corredor único, menor, para uma equação de operação mais em conta.