Terminou hoje a jornada do Airbus A380 da Hi Fly que viajou para Wuhan. O avião da empresa de wet lease foi alugado na última semana por países da comunidade europeia para buscar cidadãos na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. A aeronave pousou na base militar francesa de Istres, em Marselha, no último sábado (2) e hoje retornou para sua base em Beja, em Portugal, depois de passar por um processo especial de higienização.
A aeronave iniciou a viagem até a China na última quinta-feira (30/1). O jato partiu de Beja e fez uma parada em Paris para buscar uma equipe médica e na sexta-feira (1/2) seguiu para Hanoi, no Vietnã, em seguida para Wuhan. No voo de volta, a aeronave seguiu direto para a França transportando cerca de 350 pessoas de diferentes nacionalidades da Europa.
Todos os cidadãos repatriados no voo da Hi Fly serão monitorados por equipes de saúde e ficarão isolados em centros organizados na França por duas semanas. Os tripulantes da empresa que acompanharam o voo também ficarão sob observação e devem tomar precauções, como medir a temperatura duas vezes ao dia e informar sobre o surgimento de sintomas do coronavírus, como febre, tosse e dificuldade para respirar.
The Hi Fly A380 is returning to base in Beja, Portugal after the evacuation flight from Wuhan https://t.co/xImYtKFwJ8 pic.twitter.com/yfm1HzB5lU
— Flightradar24 (@flightradar24) February 4, 2020
Hi Fly pode ser opção para repatriar brasileiros em Wuhan
A repatriação de brasileiros em Wuhan vem sendo um dos assuntos mais comentados nesta semana. A princípio descartada, a proposta foi aprovada pelo governo brasileiro no domingo (2) após a divulgação de um vídeo feito por cidadãos brasileiros que estão na cidade mais afetada pelo coronavírus.
Na carta-aberta ao presidente Jair Bolsonaro, o grupo fez apelo para o país organizar uma retirada e lembrou que as autoridades chinesas estão abertas para receber essas operações, já conduzida por países como EUA, Austrália, Reino Unido, Alemanha e Coreia do Sul. Cerca de 45 brasileiros estão em Wuhan e pedem para voltar ao Brasil.
O plano para trazer de volta os brasileiros sem Wuhan é tratado pelo Ministério da Defesa. A operação também tem o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Força Aérea Brasileira, embora a ideia seja contratar um voo fretado.
Hoje a empresa de wet lease mais popular do mercado, a Hi Fly pode ser uma opção para repatriar os brasileiros que estão China. Além do gigante do A380, a companhia opera uma variada frota de aeronaves, como os Airbus A330 e A340, capazes de realizar o voo de Wuhan até o Brasil com uma ou duas paradas no retorno.
O modelo de operação da Hi Fly inclui tripulação, mantimentos de bordo, seguro da aeronave, manutenção, entre outras exigências para realizar voos comerciais. Empresas de wet lease costumam atender outras companhias em períodos de alta temporada de voos disponibilizando mais aeronaves ou em casos urgentes de reposição de frota, oferecendo uma solução rápida e eficiente, embora tenha um alto custo. É diferente de companhias de leasing, que alugam aviões e os clientes são responsáveis por mantê-las.
Fretar um avião para buscar os brasileiros no epicentro do coronavírus pode custar algo em torno de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,1 milhões). A expectativa é que a operação possa ser conduzida ainda nesta semana. Assim que chegarem ao Brasil, os cidadãos trazidos no voo deverão ser submetidos a quarentena, informou o Ministério da Saúde.
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