O desfecho da arbitragem entre Boeing e Embraer, revelado nesta segunda-feira, 16, trouxe frustração ao mercado financeiro, que esperava por uma indenização maior à fabricante brasileira.
O valor bruto da compensação foi de US$ 150 milhões (cerca de R$ 830 milhões), considerado muito abaixo dos gastos que a Embraer teve para separar seu negócio de aviação comercial (cerca de US$ 240 milhões).
Em virtude disso, as ações da empresa fecharam com queda de mais de 5%, mais ainda extremamente valorizadas no ano.
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O “acordo de colarinho” em um Tribunal de Nova York foi concluído mais de quatro anos após as duas empresas romperem relações, quando a Boeing desistiu da joint venture, avaliada em US$ 4,2 bilhões.
Acesso a informação confidencial
A parceria, preparada desde o final de 2017, envolvia a criação de uma nova empresa, a Boeing Brasil Commercial, que ficaria responsável pela produção e comercialização dos jatos regionais E1 e E2 e eventuais novas aeronaves.
Para a Boeing, a Embraer era uma parceria natual após a Airbus assumir a linha de jatos C Series da Bombardier e passar a ter aeronaves a partir de 100 assentos no portfólio, o A220.
Com a fabricante brasileira, a Boeing preencheria um nicho abaixo do 737 que começava pelo bem sucedido jato regional E175, de 76 assentos.
Além disso, a gigante aeroespacial teria acesso à uma mão de obra jovem e criativa, capaz de em tese ajudá-la a tirar do papel uma nova aeronave comercial para enfrentar a família A320.
O acesso a informações confidenciais sobre os aviões da Embraer e outros planos em estudos teria motivado a indenização de US$ 150 milhões, revelou a Bloomberg.
O valor, no entanto, é um pouco acima da cláusula de rompimento do Acordo Mútuo de Transação (MTA) assinado pelas duas empresas logo após o anúncio da união de seus negócios.
Precisamos entender que esse mercado de “big players” está cheio de maus-caráteres. São empresas estrangeiras que adquirem ou se associam a marcas brasileiras para, pouco tempo depois, abafá-las e extingui-las, dessa forma se livrando da concorrência. Esse foi o destino daquele consagrado jipe cearense, esse seria o destino da Embraer: ser asfixiada até sua morte, digo, seu desaparecimento do mercado. Essa é a ética do capitalismo do “1º mundo”.