A rede Aviation Safety Network (ASN) divulgou nesta quinta-feira (29) as estatísticas preliminares sobre acidentes aéreos neste ano. Ao todo, a ASN computou 19 acidentes fatais com aeronaves comerciais, com 325 mortos. Esse resultado faz de 2016 o segundo ano mais seguro da história da aviação comercial – 2015 foi o melhor, com 14 acidentes e 186 mortos.
De acordo com o banco de dados da página, foram registrados cerca de 35 milhões de voos em 2016 e a taxa de acidentes fatais foi de um para 3,2 milhões de operações.
“Desde 1997, o número médio de acidentes na aviação tem registrado declínio constante e persistente, graças em parte aos esforços contínuos das organizações internacionais de aviação”, afirmou Harro Ranter, presidente da ASN.
O pior acidente da aviação comercial em 2016 foi justamente com o Avro RJ85 da companhia LaMia, que transportava a delegação do time de futebol Chapecoense, no final de novembro. A aeronave caiu próxima a Medellin, na Colômbia, após ficar sem combustível. A tragédia deixou 71 mortos.
O número de acidentes inclui dois casos prováveis de terrorismo. Autoridades do Egito declararam que encontraram vestígios de explosivos após o acidente do Airbus A320 da EgyptAir, que caiu no Mar Mediterrâneo em maio. Mais cedo, em fevereiro, um passageiro morreu quando uma bomba detonou na cabine de um A321, na Somália.
Tendências
Como apontou a ASN, nos últimos cinco anos houve uma forte diminuição nos acidentes ocorridos durante as fases de aproximação e aterrissagem do voo. Nesse período, um a cada três acidentes ocorreu durante as etapas citadas.
Em contrapartida, a tendência de acidentes nas fases de cruzeiro e descido subiram 45% nos últimos cinco anos. Segundo os dados da ASN, este é o número mais alto em 50 anos.
Dois dos 19 acidentes registrados em 2016 aconteceram com aeronaves de companhias aéreas que são proibidas de voar para países membros da União Europeia.
Aviões militares e privados
A estatística apresentada pela ASN sobre o desempenho de 2016 não cita acidentes com aviões privados ou militares. Incluindo esses segmentos, que também são compilados pela rede, o número de acidentes sobe para 151, com um total de 557 mortos.
É nesta lista que aparece o pior acidente do ano, com o Tupolev Tu-154 da força aérea da Rússia no Mar Negro, em 25 de dezembro, que deixou 92 mortos. As causas ainda estão sendo apuradas pelas autoridades russas.
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