Acionistas da Embraer aprovaram nesta terça-feira (26) a parceria estratégica proposta com a Boeing durante Assembleia Geral Extraordinária realizada na sede da empresa no Brasil. Segundo os termos da negociação, o grupo norte-americano vai adquirir 80% da divisão Embraer Aviação Comercial por US$ 4,2 bilhões. O acordo deve ser concluído ainda neste ano, informaram as fabricantes em comunicado conjunto.
Na reunião especial, 96,8% de todos os votos válidos foram favoráveis à transação, com a participação de aproximadamente 67% de todas as ações em circulação. Os acionistas da Embraer também deram sinal verde para a criação de uma joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o cargueiro multimissão KC-390. Segundo os termos da proposta, a fabricante brasileira deterá 51% da nova empresa e a Boeing, os 49% restantes.
“Essa importante parceria posicionará as duas empresas para oferecer uma proposta de valor mais robusta a nossos clientes e investidores, além criar mais oportunidades para nossos empregados”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer. “Nosso acordo criará benefícios mútuos e aumentará a competitividade tanto da Embraer quanto da Boeing”.
A divisões da fabricante brasileira nas áreas de defesa e jatos executivos e as operações de serviços a esses produtos permanecerão como uma empresa independente e de capital aberto. A Embraer ainda informou que uma série de acordos com foco na cadeira de suprimentos, engenharia e instalações “garantirá benefícios mútuos e maior competitividade” entre a Boeing, a joint venture e a Embraer.
“Nossos acionistas reconheceram os benefícios da parceria com a Boeing na aviação comercial e na promoção do avião multimissão KC-390, assim como compreenderam as oportunidades que existem nos negócios da aviação executiva e defesa”, disse Nelson Salgado, vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Embraer.
A Embraer continuará operando as áreas de aviação comercial e do programa KC-390 de forma independente até a conclusão da transação. A aprovação do acordo agora depende apenas da aprovação de autoridades reguladoras e outras “condições pertinentes” à conclusão de uma transação deste tipo, diz o comunicado da Boeing e Embraer.
“A aprovação dos acionistas da Embraer é um passo importante no processo de aproximar essas duas grandes empresas aeroespaciais. Essa parceria global estratégica tem como base o longo histórico de colaboração entre Boeing e Embraer, beneficia nossos clientes e acelera nosso crescimento”, disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing.
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Parece ser um excelente negócio para a Embraer e o Brasil, porém não podemos esquecer que essa não é a primeira joint venture que a boeing faz e destrói a nova parceira. Precisa haver alguma cláusula que faranta a Embraer de volta caso a Boeing use esse artifício.
Estranho, os números não batem, o Atagonista divulgou que foram apenas 13% dos votos, ou seja, Previ, BNDES (que são paus mandados do governo) e mais meia dúzia de gatos pingados. O resto não foi ou se absteve. Se fosse.bom negócio não estava tendo tanta resistência dos a acionistas. As ações despencaram de 28 Reais para menos de 20 desde que foi anunciado o negócio em julho de 2018.