A venda de 12 jatos E195-E2 para a Aerolíneas Argentinas foi suspensa pela atual direção da companhia aérea estatal, confirmou o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto nesta quinta-feira, 26.
O executivo da fabricante revelou que o acordo estava sendo preparado durante a gestão anterior, indicada pelo governo de Alberto Fernández, de esquerda, e que apoiava o investimento na transportadora estatal.
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Mas após a posse do ultralibertário Javier Milei, a encomenda foi suspensa, disse Gomes Neto durante teleconferência de resultados realizada em 27 de fevereiro.
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O fim das negociações não surpreende já que Milei pretende privatizar a Aerolíneas Argentinas, que tem acumulado prejuízos bilionários há anos, segundo ele.
A empresa aérea foi repassada para a iniciativa privada nos anos 90, quando pertenceu a um grupo local e à Iberia. A gestão, no entanto, não foi bem sucedida e em 2008 o governo a renacionalizou.
Substituição dos Embraer E190
Pouco tempo antes da eleições presidenciais argentinas, a companhia aérea anunciou planos de adquirir 12 E195-E2 que iriam substituir parcialmente os E190 de primeira geração, originalmente recebidos pela Austral.

“Estamos muito satisfeitos que a Aerolíneas tenha escolhido o E195-E2 como substituto do E190-E1. O E2 é reconhecido como a aeronave de corredor único mais silenciosa e com melhor eficiência de combustível disponível, a mais barata de manter e o menor custo de viagem no segmento de fuselagem estreita, com custos de assento semelhantes aos de aeronaves de fuselagem estreita maiores”, disse Martyn Holmes, diretor comercial da Embraer em outubro de 2023.
A encomenda, no entanto, nunca apareceu no livro de pedidos da fabricante brasileira.
Atualmente, a Aerolíneas Argentinas opera uma frota de 83 aeronaves, sendo dez Airbus A330-200, 49 Boeing 737 (12 deles da série MAX 8) e 24 E190.