O Aeroporto Internacional de Guarulhos iniciou neste mês um novo de tipo de operação. Agora as aeronaves em direção ao terminal paulista tem uma pista exclusiva para pousos e os aviões que partem decolam da outra ao lado. Não só isso, os pousos e decolagens também podem ser realizados ao mesmo tempo.
A GRU Airport, concessionária do aeroporto, que batizou o novo procedimento de Agile GRU, afirma que o novo modelo de operação melhora o gerenciamento do tráfego aéreo e facilita o trabalho dos tripulantes que operam em Guarulhos.
O nome técnico do novo método implementado no aeroporto internacional de São Paulo é “Operação Segregada sob Condições Meteorológicas Visuais”. Ou seja, os pousos e decolagens simultâneos em pistas separadas só podem ser realizados quando o aeroporto oferecer condições visuais. Quando operar somente por instrumentos, geralmente por mau tempo, será retomado o procedimento tradicional, utilizando apenas uma pista para chegada e partida das aeronaves.
A concessionária estima que o Agile GRU esteja em funcionamento durante a maior parte da rotina diária do aeroporto, pois a região ao redor de Cumbica apresenta uma média anual de 75% de condições visuais para pousos e decolagens. O aeroporto de Guarulhos tem autorização para receber 55 operações (pousos e decolagens) por hora.
O projeto foi desenvolvido em conjunto pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU Airport), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) e International Air Transporte Association (IATA), com apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Um decola e o outro pousa
O aeroporto de Guarulhos é o primeiro do Brasil a operar com duas pistas para pousos e decolagens simultâneos em pistas separadas por menos de 760 metros uma da outra. Esse procedimento, no entanto, não é igual ao usado no aeroporto de Brasília, que utiliza duas pistas para pousos e decolagens ao mesmo tempo e por instrumento, como se fosse dois aeroportos em um.
Para funcionar como o aeroporto da capital federal, GRU precisaria de mais espaço separando suas pistas. A distância atual é de 375 metros, enquanto em Brasília uma pista está a cerca de 1.800 metros da outra.
Apesar disso, a operação iniciada em São Paulo também aumenta a movimentação de aeronaves em solo, diminuindo as filas de aproximação para pousos e aumentando o ritmo das decolagens. Como resultado, isso ajuda as companhias a manterem os horários de seus voos mais pontuais.
De acordo com os idealizadores do projeto Agile GRU, a introdução das operações segregadas no aeroporto de Guarulhos exigiu a elaboração de novos processos de navegação aérea, criação de novas cartas aeronáuticas e a homologação dos procedimentos.
Os novo processo no aeroporto de Guarulhos é gerenciado por 227 controladores de tráfego aéreo que passaram por treinamentos nos Laboratórios de Simulação do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos (SP). Segundo a GRU Airport, o treinamento somou mais de 4,8 mil horas de exercícios, incluindo sessões com um simulador de torre de controle em 3D.
O aeroporto de Guarulhos, ou Aeroporto Internacional de São Paulo, é atualmente o maior do Brasil, com uma média de 40 milhões de usuários por ano. Principal porta de entrada e saída do país, o terminal paulista recebe por dia 830 movimentos aéreos, entre pousos e decolagens, oferecendo partidas para 92 destinos diferentes, no Brasil e no exterior.
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