Maior aeroporto brasileiro e principal porta de entrada de voos internacionais, Guarulhos agora quer buscar mais passageiros VIPs. A concessionária GRU Airport fechou um acordo de cessão de uma área para as empresas Jetex, de Dubai, e a brasileira CFLY Aviation que poderão explorar os serviços de atendimento à aviação executiva no aeroporto pelos próximos 15 anos – prazo limite que a GRU ficará à frente do terminal paulista.
O projeto envolve a construção de um terminal exclusivo para aviões executivos e atendimento 24 horas para os clientes que desejarem utilizar Guarulhos para voos nacionais ou internacionais. Hoje os poucos voos executivos ficam estacionados no lado oposto da pista numa pequena área sem infraestrutura adequada. Os passageiros desses voos precisam utilizar as dependências comuns de Guarulhos antes de embarcar num veículo que os leva até a aeronave – serviços de alfândega e controle de passaportes também são feitos pelo terminal 3.
“A frota da aviação geral do Brasil é a segunda maior do mundo, só atrás dos EUA”, explicou Adel Mardini, presidente da Jetex. “Ao se juntar à CFLY Aviation no aeroporto mais movimentado do Brasil, a Jetex está se posicionando para fornecer o mais alto nível de serviços a um número crescente de operadores de aeronaves comerciais latino-americanas e seus estimados passageiros. Com Guarulhos como base, esperamos expandir para outros locais-chave da América do Sul em um futuro não muito distante”, completou.
A parceria entre as duas empresas envolve o fornecimento de serviços de assistência de viagem 24 horas, 7 dias por semana, incluindo, permissões de entrada e pouso, abastecimento de combustível, transporte de passageiros e tripulações, serviços de bordo e serviços de portaria sob medida pela Jetex e gerenciamento do estacionamento e armazenamento de aeronaves pela CFLY.
Uma das novidades com a mudança é que os aviões executivos terão um pátio para pernoitar sem que isso signifique alto custo de estada como acontecia até então. Por enquanto, a Jetex e CFLY atenderão seus clientes num espaço provisório enquanto o terminal definitivo não é construído. A dupla também reformará o heliporto de Guarulhos para facilitar a locomoção do público de alto poder aquisitivo. Com o tempo, a ideia é oferecer também alfândega e controle de passaportes num espaço próprio.
Aviação executiva distante
O investimento em Guarulhos é uma boa notícia para a aviação executiva num momento em que os três aeroportos de São Paulo oferecem poucos atrativos para esse segmento. Em Congonhas há a restrição de slots direcionados sobretudo para a aviação comercial. Já no Campo de Marte, o projeto da Prefeitura de São Paulo e restringir os voos da aviação geral que já não são tão numerosos e num cenário futuro encerrar os voos de asa fixa no local – que será convertido em parque.
Resta aos proprietários e usuários de aviões corporativos utilizar aeroportos distantes da capital como Jundiaí (que acaba de ser repassado à iniciativa privada) e Sorocaba. Um outro projeto aguardado nesse setor é o novo Aeroporto Catarina em São Roque (a 60 km de São Paulo), construído pela incorporada JHSF e que está na fase final de construção – coincidência ou não, a CFLY também é parceira nesse empreendimento.
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