O governo federal teve sucesso no primeiro leilão de relicitação de um aeroporto brasileiro. Nesta sexta-feira (19) leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) ofereceu a concessão do Aeroporto Internacional de Natal, em São Gonçalo do Amarante (RN).
A vencedora da concorrência foi a Zurich Aeroportos, que já detém várias concessões de aeroportos, como Florianópolis, Vitória e Macaé, onde detém 100% do controle, e uma participação no aeroporto de Confins – Belo Horizonte.
A empresa suíça ofereceu R$ 320 milhões pelo terminal aéreo, 41% acima do valor mínimo (R$ 226,9 milhões). Segundo a ANAC, a receita estimada ao longo da concessão será de R$ 1.327.683.988,36.
A Zurich derrotou a NK 230 Empreendimentos e Participações em uma longa disputa por lances. Após assinar contrato e receber a concessão, a empresa terá 30 anos para explorar o aeroporto, que entrou em operação em maio de 2014, às vésperas da Copa do Mundo da Fifa.
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Localizado a 30 km de Natal, o aeroporto substituiu o antigo terminal comercial que existia na Base Aérea de Natal. Com uma pista de 3.000 metros e um terminal de passageiros com oito pontes de embarque, São Gonçalo do Amarante movimentou 2,2 milhões de passageiros em 2022 e teve 18,2 mil operações. A capacidade nominal, no entanto, é bem mais alta, de 6,5 milhões de passageiros por ano.
“Leiloar novamente um ativo recentemente concedido, porém, agora, dentro de uma modelagem mais moderna e eficiente para o setor de transporte aéreo, é um orgulho para a ANAC e para o setor, sobretudo quando verificamos que o mercado entendeu o propósito do poder concedente: uma parceria que busca obter ganhos para toda a sociedade, com aeroportos eficientes e maior número de passageiros atendidos”, disse o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Tiago Pereira, na B3.
Mais relicitações
Após o leilão de Natal, a ANAC agora se debruça em outros processos de devolução como Viracopos (SP) e o Galeão (RJ). Os dois aeroportos chegaram a ter sua devolução anunciada pelos atuais concessionários (ABV) e RioGaleão, porém, a melhora do cenário no transporte de passageiros e carga motivou a negociações para manter os ativos.
Nesses casos pesa a discussão sobre o ressarcimento pelos investimentos realizados nos últimos anos. O temor é que esse processo se arraste na Justiça, impedindo que ocorram novos leilões.
