A partir desta quinta-feira (24) todas as companhias aéreas que operam no aeroporto Tom Jobim – Galeão estarão instaladas no Terminal 2. As duas empresas que faltavam, Gol e Azul, migram nesta semana para o prédio mais novo do complexo, encerrando um processo que começou em março e envolveu 12 companhias que utilizavam o Terminal 1, o mais antigo do aeroporto.
Apesar disso, a concessionária RioGaleão enfatizou que o T1 não será fechado: os serviços no lado público e as pontes de embarque seguiram operando, embora os voos deverão ser priorizados no T2 e no Píer Sul, mais recente construção do aeroporto.
Ao assumir o aeroporto, o segundo em volume de voos internacionais no Brasil, a RioGaleão concentrou as reformas no Terminal 2, mais novo, e na construção do Píer Sul, para voos com destion ao exterior. Além disso, ergueu um edifício garagem além ampliar pátios e modernizar os sistemas de gestão. Mas o Terminal 1, inaugurado em 1977 e com poucas melhorias desde então, seguia destoando do restante do aeroporto.
A decisão da concessionária de não investir por enquanto no T1 pode ter a ver com a baixa demanda de passageiros, bem inferior ao projetado pelo governo federal na época da licitação. Hoje, a estrutura do Terminal 2 consegue dar conta de todas as empresas aéreas com tranquilidade. A ida da Azul e principalmente da Gol, que concentra boa parte de seus voos no Galeão, deve melhorar a percepção de qualidade do aeroporto carioca.
Changi de olho na parte da Odebrecht
O encerramento dessa fase de mudanças no Galeão coincide com um momento delicado na sociedade que administra o aeroporto. Sócia majoritária da RioGaleão, a Odebrecht estaria de saída devido aos problemas com a operação Lava Jato. E a Infraero, que mantém 49% do terminal, também é apontada como carta fora do baralho no futuro do aeroporto. Com isso, crescem as chances de operadora de Cingapura, Changi Airport, assumir o controle do Tom Jobim, juntamente com um fundo de investimentos.
O grande problema da concessão (e também das demais) é o valor da outorga devido ao governo federal. Como o lance do consórcio foi muito alto (R$ 19,6 bilhões) e as receitas caíram com a crise financeira, a RioGaleão até agora não pagou o valor de 2016. As informações mais recentes dão conta que haverá um acordo entre os envolvidos, com a quitação do débito, inclusive da parte da Infraero, que posteriormente sairia do negócio – a Odebrecht, por sua vez, deixaria a sociedade em breve.