A EASA, agência de aviação civil da Europa, considera o 737 MAX seguro para voar após as modificações realizadas pela Boeing. A informação foi revelada pela Bloomberg nesta sexta-feira, 16, citando o diretor executivo do órgão, Patrick Ky. Após os testes realizados em setembro nos EUA, a EASA está revisando os documentos para publicar um rascunho da nova diretiva de aeronavegabilidade em novembro, afirmou o diretor.
Ky também revelou que após a divulgação da diretiva, os detalhes do documento serão abertos à opinião pública por cerca de um mês, uma atitude semelhante já realizada pela FAA, a agência civil de aviação dos EUA.
A EASA, no entanto, colocou como uma condição extra de segurança a instalação de um terceiro sensor de ângulo de ataque (AOA) ‘sintético’ a partir de 2022 e que será obrigatório na versão 737 MAX 10, a maior do jato. Outras versões passarão por um retrofit para receber o equipamento no futuro.
“Nossa análise está mostrando que ele é seguro e que o nível de segurança alcançado é alto o suficiente para nós”, disse Ky. “O que discutimos com a Boeing é o fato de que, com o terceiro sensor, poderíamos atingir níveis de segurança ainda mais altos”.
Originalmente, o 737 MAX possuía apenas um sensor de AOA e que acabou passando leituras erradas nos dois acidentes. A solução aceita pela FAA foi a instalação de um segundo sensor, porém, associações de pilotos e engenheiros de segurança questionaram essa proposta por criar uma situação em que os pilotos terão de lidar com a possibilidade de os dois sensores emiitrem dados diferentes sem saber qual deles está correto. Para o diretor da EASA, o terceiro sensor facilitará o trabalho da tripulação em caso de falha do dois equipamentos mecânicos.
Como tem sido comum em recentes declarações, a agência europeia está mais reticente que seus colegas dos EUA a respeito da liberação do 737 MAX para o retorno ao serviço. A FAA, por sua vez, pode liberar o avião da Boeing até o final do ano, permitindo que quase mil aeronaves voltem a operar em voos comerciais.
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