Após a saída da ex-parceira russa UAC meses atrás, a fabricante de aviões comerciais chinesa COMAC já chama seu futuro widebody de C929. Foi dessa forma que o projetista-chefe da aeronave, Wu Guanghui, se referiu ao antigo projeto CR929 durante o Fórum Internacional sobre Aviação Verde, realizado em Hefei, na China.
Wu Guanghui, que também foi o responsável pelo jato de fuselagem estreita C919, revelou que a aeronave de dois corredores está na fase preliminar de projeto, mas que já é possível estimar que ela emitirá até 60% menos emissões de carbono que jatos atuais.
A meta, no entanto, é bastante ousada e o executivo da estatal COMAC, que também produz o jato regional ARJ21, não explicou exatamente como isso será obtido.
O C929 é um widebody com porte semelhante ao Boeing 787 e deveria ser equipado com turbofans PD-35, fornecidos pela Rússia.
As sanções econômicas ao país após a invasão à Ucrânia em 2022, no entanto, podem dificultar a produção do motor para exportação.
A United Aircraft Corporation, holding que detém as principais fabricantes aeroespaciais russas, confirmou recentemente que não será mais parceira no programa do widebody. Porém, garantiu que continuará participando do projeto em um papel menor.
ARJ21-700 mais leve
O projetista-chefe da COMAC também revelou um trabalho realizado no ARJ21-700 para reduzir seu peso e assim melhorar sua performance.
Segundo ele, a aeronave teve o peso reduzido em mais de 600 kg por conta da mudança dos assentos, que agora pesam apenas 7 kg cada.
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Wu Guanghui comentou ainda sobre a importância do uso de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), mas não fez previsões sobre sua adoção nas aeronaves da companhia.
Atualmente, a COMAC equipa seus jatos com turbofans GE CF34 (ARJ21) e CFM Leap-1C (C919), mas está em desenvolvimento um motor local ainda sem prazo de certificação.