Depois de um período de vacas magras em frequências para o exterior, o aeroporto de Viracopos, em Campinas, começa a atrair mais voos internacionais. Mas um pedido que consta de um documento do site do terminal revela que existem planos mais ambiciosos do que se pensava. De acordo o arquivo de pedido de slots do aeroporto campineiro, a companhia aérea francesa Aigle Azur pretende voar entre Paris e Campinas a partir de julho.
Pouco conhecida fora da Europa, a Aigle Azur é uma empresa aérea que foi fundada em 1946 e hoje voa para cerca de 25 destinos no continente e também em algumas rotas para o exterior. Desde dezembro passado, a companhia tem um novo sócio, David Neeleman, o fundador da Azul Linhas Aéreas e hoje sócio da TAP, entre outros negócios. Não por coincidência, a Aigle Azur (águia azul em português) encomendou no mesmo mês dois widebodies Airbus A330-200 configurados com três classes e cuja previsão de entrega está marcada para o primeiro trimestre deste ano.
Ainda segundo a listagem do site de Viracopos, serão três frequências no início, realizadas com o A330 que podem chegar a cinco a partir de setembro. A novidade não para aí: o voo para Paris teria como destino o aeroporto de Orly, o segundo mais importante da cidade e que já foi usado em voos para o Brasil antes que o Charles De Gaulle se tornasse o principal portão de entrada na França.
Localizado a cerca de 13 km de Paris, Orly é um aeroporto com três pistas e mais de 30 companhias operando, incluindo aí a TAP. Ou seja, serviria como uma alternativa ao distante Charles De Gaulle e também como hub alternativo para a Europa.
O interesse da nova empresa de Neeleman é um bom indício do potencial de Viracopos, que tem passado por vários dissabores desde o anúncio em que a concessionária Aeroportos Brasil desistiu de operá-lo. Agora, com a economia do país voltando a crescer mesmo que lentamente, o terminal do interior paulista pode, enfim, mostrar se os anos dourados antes da crise não eram apenas “vento de cauda”.
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