Aigle Azur suspende voos e não garante reembolso imediato aos passageiros

Situação financeira da companhia francesa não permite uma compensação rápida aos clientes
A330 da Aigle Azur: Viracopos volta a ter voos para Paris (Rafalflash)
O aeroporto de Viracopos não recebia voos regulares da França há mais de 30 anos (Aigle Azur)
Fundada em 1946, a Aigle Azur é a segunda maior companhia aérea da França, atrás da Air France (Aigle Azur)

Sem condições de pagar fornecedores e funcionários, a companhia aérea francesa Aigle Azur anunciou ontem (5) o cancelamento de seus voos a partir desta sexta-feira (6), inclusive o trecho entre Campinas e Paris. “De fato, a situação financeira da empresa e as dificuldades operacionais resultantes tornam impossível garantir voos além da noite de 6 de setembro”, diz a empresa em seu site.

A suspensão das operações da Aigle Azur acontece menos de uma semana após a companhia entrar com pedido de recuperação judicial na França. Anteriormente, a empresa havia comunicado que manteria seus voos inalterados.

Em relação aos passageiros que tem passagens compradas para voos depois de 7 de setembro, a Aigle Azur deu a seguinte recomendação: “você será obrigado a comprar outro bilhete (de outra companhia)”. A empresa informou que sua situação financeira delicada “não permite uma compensação rápida” aos clientes.

Todavia, a empresa francesa salientou que os passageiros afetados pelos cancelamentos dos voos podem reivindicar seus direitos na justiça. A própria Aigle Azur disponibilizou um guia (em francês) para orientar seus clientes no processo de reembolso.

O plano da companhia é vender uma participação total ou parcial para potenciais compradores em até dois meses. Espera-se que as propostas cheguem até 15 de setembro.

Conflito de acionistas

Nos últimos dias a Aigle Azur passou por uma situação embaraçosa. Meios de comunicação na França informaram que o empresário francês Gerald Houa, que controla cerca de 19% da companhia, proclamou-se presidente da empresa aérea ao prometer uma injeção de 15 milhões de euros para ajudar em sua recuperação.

Houa, porém, foi demitido dois dias depois de assumir o cargo ao ser rejeitado por 80% dos acionistas, entre eles David Neeleman, fundador da Azul, que detém 32% da transportadora francesa.

Com a saída de Houa, Frantz Evetin retornou ao cargo de CEO da empresa e pediu a nomeação de um administrador provisório. Yvetin é apoiado pelo grupo chinês HNA, que detém uma participação de 49% na Aigle Azur, hoje a segunda maior companhia aérea da França.

A principal mercado da Aigle Azul são voos entre a França e a Argélia. Além disso, a companhia também tem bases no Líbano, Ucrânia, Rússia, Portugal e Mali. A frota da empresa é composta por dois Airbus A330-200 e sete A320, todos alugados.

Ex-parceira da Azul

A Aigle Azur estreou no mercado brasileiro em julho de 2018 no trecho entre Paris (a partir do aeroporto de Orly) e Campinas/Viracopos com quatro frequências semanais (posteriormente ampliada para cinco voos por semana). A chegada da empresa ao país foi promovida pela Azul por meio de um acordo de compartilhamento de voos (codeshare) que será encerrado neste mês.

A programação anterior da companhia francesa previa o encerramento dos voos para Campinas no próximo dia 27 de setembro – as reservas seriam encerradas antes, dia 9 de setembro. Com a nova decisão de suspender todas as operações, o último foi voo da Aigle Azur para Viracopos foi realizado nesta quinta-feira.

Veja mais: Emirates inicia aposentadoria de seus Airbus A380

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