O governo da Argentina tem um novo avião presidencial. O jato Boeing 757 “ARG 01” pousou em Buenos Aires em 25 de maio, não por acaso, data em que se comemora a Independência do país, ocorrida em 1810.
A aeronave fabricada em 2000 substituirá o controverso Tango 01, também um 757-200 adquirido pelo então presidente argentino Carlos Menem e que está sem voar há oito anos.
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Mas, ao contrário do primeiro jato, o 757 ARG 01 recebeu uma pintura pomposa, que exibe a bandeira argentina em toda a sua fuselagem e cauda.
A chegada da aeronave, no final da tarde de quinta-feira (25), também foi inusitada. Os pilotos fizeram uma passagem em baixíssima altura pela pista do Aeroporto Jorge Newbery, o Aeroparque, no centro da capital.
La exibicion aerea en aeroparque ayer.
El ARG 01 de presidencia. pic.twitter.com/EDDjnM14fw— la exocet 🚀 (@pampaIIIpelis) May 26, 2023
A manobra, considerada imprudente, foi criticada nas redes sociais e pela imprensa local. A ANAC, agência de aviação civil argentina, afirmou que iria analisar as atitudes dos pilotos.
Governo gastou US$ 25 milhões no jato de 23 anos
A gestão do presidente Alberto Fernández decidiu adquirir outra aeronave após chegar à conclusão que o Tango 01 exigiria um investimento muito grande para voltar a voar.
O Boeing 757-200 escolhido pertencia à C&L Aerospace que o negociou por US$ 25 milhões, incluindo aí o Tango 01 como parte de pagamento.
O acordo foi assinado em abril, mas as negociações já ocorriam há vários meses. Segundo o jornal La Nación, a concorrência aberta pelo governo já prenunciava a escolha da aeronave fabricada em 2000 e convertida para jato VVIP em 2005.
Fernández, no entanto, terá pouco tempo para desfrutar do Boeing 757. O político do Partido Justicialista, que assumiu em dezembro de 2019, desistiu de concorrer à reeleição, decisão anunciada em abril. A Argentina enfrenta uma inflação de mais de 100% ao ano em meio à uma longa crise econômica.
O atual presidente ainda não foi capaz de colocar um ponto final na escolha dos caças supersônicos que a Força Aérea Argentina carece desde 2015, quando aposentou seus últimos Dassault Mirage III.
Estão sendo analisados o caça sino-paquistanês JF-17 e o indiano HAL LCA Tejas, além de um lote de segunda mão de jatos F-16 da Dinamarca – embora essa alternativa tenha perdido força com o possível repasse desses aviões para a Ucrânia.
Sem jatos projetados para defesa aérea, a Força Aérea tem improvisado os aviões subsônicos de ataque A-4R Skyhawk na função.