A Air Astana, companhia aérea do Cazaquistão, revelou que deixará de operar seus cinco Embraer E190-E2 a partir de 2024, segundo o Simple Flying.
As aeronaves foram recebidas entre 2018 e 2019 por meio de leasing com a AerCap, que repassou os aviões para a Azorra Aviation no ano passado.
Segundo Peter Foster, CEO da transportadora cazaque, os E2 serão substituídos por jatos A320, com maior capacidade.
Foster justificou a decisão ao afirmar que a Air Astana prefere operar em rotas de menor demanda com uma aeronave mais capaz, com 180 assentos – o E190-E2 é configurado 108 lugares em duas classes.
Além dos cinco aviões da Embraer, a Air Astana possui 21 jatos da família A320, a maioria do A321neo, além de três widebodies Boeing 767-300 que serão substituídos por 787 Dreamliners.
Disputa judicial
A Air Astana não tem sido uma cliente satisfeita com os E2. Em 2021, a empresa aérea entrou com um processo judicial nos EUA pedindo uma indenização de US$ 11,9 milhões da Embraer por supostas falhas nas aeronaves.
Segundo disse a companhia na época, os E190-E2 seriam inseguros, o que a obrigou a mantê-los no solo por longos períodos.
Entre os defeitos relatados estavam falhas nos sistemas anti-gelo das asas, problemas com a pressurização da cabine que levaram ao acionamento das máscaras de oxigênio, alerta de fumaça na cabine, falha na bomba hidráulica, mudanças de altitude sem intervenção da tripulação e falhas no acionamento dos slats em seis ocasiões.
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A Embraer, no entanto, negou categoricamente as alegações. A Air Astana foi a única operadora a relatar os supostos problemas com os E2. As duas empresas teriam chegado a um acordo posteriormente.
A variante E190-E2 possui capacidade para 114 assentos e acumula 18 aeronaves entregues para empresas aéreas como a Helvetic Airways e Widerøe, além de uma avião para uso VIP, adquirido pela Crefisa, patrocinadora do Palmeiras.
As companhias aéreas adquirem aeronaves segundo suas capacidades e necessidades. Os jatos da EMBRAER são fabricados preferencialmente para uso doméstico e se a empresa em questão quer migrar para os A320 é porque ela deseja atingir destinos mais longos e essa atitude é perfeitamente normal no mundo aeronáutico.
Eu acho que dificilmente o motivo seria a necessidade de cumprir rotas maiores, impróprias para o E190 E2. A Air Astana utiliza seus E2 em rotas de, em média, 650 milhas e as aeronaves podem voar distância 4 vezes maior. As maiores rotas deles com os E2 não chegam sequer à metade da capacidade máxima. Sou obrigado a concluir que o problema é outro.