Após quase oito anos, a Air France está prestes a anunciar uma nova encomenda de aeronaves. É o que revelou o Le Journal du Dimanche no sábado (27), afirmando que o grupo deve fechar negócio com a Airbus para a compra de 50 a 70 jatos A220 com opção para o mesmo número de aeronaves.
Trata-se da maior encomenda da Air France desde o negócio fechado pelos jatos avançados Airbus A350 e Boeing 787 no início da década e que incluiu também a parceira holandesa KLM.
O A220 é na verdade o CSeries, desenvolvido pela canadense Bombardier e que teve a maior parte do programa assumida pela Airbus no ano passado. O projeto, considerado extremamente eficiente por sua economia e conforto, custou muito caro à fabricante que acabou desistindo de atuar no segmento de aviação comercial.
Nas mãos da Airbus, o A220, como foi renomeado, tem ganhado novos clientes como a Delta Air Lines e a JetBlue, duas companhias norte-americanas e que por isso significaram um duro golpe à Boeing.
A opção pelo A220 é estritamente econômica: o jato canadense consegue economizar cerca de 20% de combustível em relação a aviões mais antigos.
Quase 100% Airbus
Embora negue que exista algum acordo fechado, a Air France estaria planejando manter uma frota praticamente 100% Airbus. Atualmente, ela voa com os widebodies 777 e 787, mas já anunciou que receberá todos os A350 da encomenda feita em 2011 em conjunto com a KLM. Não se sabe ainda o que ela fará com seus 70 Boeing 777, base da frota de longo alcance.
Quanto aos jatos de corredor único, a companhia aérea francesa deve optar pela variante de maior capacidade, o A220-300, jato capaz de transportar cerca de 175 passageiros. Ele deverá substituir os aviões mais antigos da família A320 como o A318 e A319 que hoje somam 50 unidades.
Tudo leva a crer que a encomenda será exclusiva da Air France. Isso porque a KLM, ao contrário da empresa francesa, voa com o Boeing 737 em suas rotas principais enquanto a divisão regional Cityhopper acaba de optar pelo rival do A220, o Embraer E195-E2, do qual fechou negócio para 35 aviões.
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Que gozado. A KLM optou pelo E2 e a AF vai pela Airbus. Imagino que unir sinergias deve ser bom financeiramente para um grupo, como fez o LATAM.