Prestes a completar um ano de operação, a companhia aérea Joon tem futuro incerto. Criada pela Air France para ser uma alternativa ante as companhias low cost, a empresa deveria atender destinos turísticos em condições mais vantajosas que as da companhia-mãe. O alvo era o público mais jovem, de onde saiu um acrônimo de sua denominação que soa como a palavra francesa “jeune” (jovem).
O problema é que o novo presidente da Air France, o canadense Benjamin Smith, teria dito a uma fonte da agência Reuters que não compreende a razão de sua existência. A Joon hoje utiliza uma frota antiga ex-Air France e novos funcionários que custam menos, mas não demonstra vantagem financeira para justificá-la, além de ser criticada por investidores, funcionários e os próprios clientes.
Ex-presidente da Air Canada, Smith chegou ao comando do grupo – que inclui também a companhia aérea KLM – para melhorar a rentabilidade das companhias tem demonstrado uma agressividade nas decisões difíceis que tem pela frente. Uma delas foi devolver cinco dos dez A380 que operam na frota da Air France, um jato que tem uma importância simbólica para a França, onde fica a principal estrutura da Airbus.
Agora, o novo CEO quer reduzir custos com os tripulantes que estão sendo pressionados a abrir mão de benefícios como trocar hotéis centrais por quartos próximos aos aeroportos em voos de longa distância.
Como a Joon é mal vista por eles, a extinção da companhia poderia servir como sinal de boa vontade do novo chefão. O humor dos funcionários é dos piores a ponto de greves durante este ano terem provocado a queda de seu antecessor, o francês Jean-Marc Janaillac.
Estreia no Brasil
Espera-se que a indefinição quanto ao futuro da Joon pode afetar suas precoces rotas internacionais como os voos para Fortaleza, um dos primeiros introduzidos pela nova companhia aérea. Como parte de uma estratégia de desenvolver um hub regional na capital cearense, o grupo Air France-KLM investiu em voos para Paris e Amsterdã enquanto a parceira Gol reforçou sua presença no aeroporto Pinto Martins a fim de ampliar as possibilidades de conexões locais.
Possivelmente, a Air France possa assumir a rota no lugar da Joon, caso ela realmente saia de cena, como parece querer Smith.
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