O novo CEO do grupo Air France-KLM, Benjamin Smith, confirmou que o gigante Airbus A380 será mantido na frota da Air France, mas o número de aeronaves será reduzido das 10 unidades atuais para apenas 5 aparelhos, apontou o jornal francês Les Échos.
Smith também assegurou a decisão de seu antecessor, Jean-Marc Janaillac, que deixou o cargo em setembro, de investir na renovação de cabine dos A380 da companhia francesa, que será iniciada até 2020. A reforma de cada aeronave vai custar 45 milhões de euros (cerca de R$ 194,4 milhões).
Segundo a publicação, a Air France planeja devolver dois jatos aos seus arrendadores no final de 2019. Dos 10 modelos A380 usados pela companhia, cinco deles são alugados. O plano da empresa, a longo prazo, é manter somente os aviões de sua propriedade.
Custos operacionais muito altos
Em 2016, a Air France já havia desistido de receber os dois últimos A380 de seu pedido inicial de 12 aeronaves, preferindo adquirir unidades adicionais do A350. O motivo para a troca foi os altos custos operacionais do superjumbo. Desta forma, a principal aeronave de longo alcance da companhia continuam sendo o Boeing 777-300ER. “Para o mesmo serviço, o A380 consome muito mais querosene do que um 777”, disse um piloto da empresa francesa ouvido pelo jornal.
Problemas técnicos
Além dos altos custos exigidos para manter os A380, a Air France também enfrentou uma série de problemas operacionais com a aeronaves, alguns com consequências problemáticas devido ao grande número de passageiros envolvidos – os A380 da Air France são configurados com 516 assentos.
No primeiro semestre deste ano, a Air France cancelou cerca de 20 voos do A380 devido a problemas técnicos. O jornal francês ainda relembra que no segundo semestre do ano pasado a situação não foi tão diferente, também com uma série de interrupções nas operações com a aeronave, sendo a mais significativa delas a explosão de um motor em voo a caminho de Los Angeles, em novembro de 2017.
Clientes insatisfeitos
A publicação francesa ainda aponta que esses repetidos incidentes, justamente com a falta de cabines renovadas nos A380, acabaram prejudicando a reputação da companhia entre os clientes regulares. De acordo com o jornal, essas aeronaves teriam a maior taxa de retornos negativos dos clientes, especialmente entre viajantes de negócios.
Os A380 são os únicos aviões de longo alcance da Air France que não receberam novas cabines, como as já presentes nos modelos 777, 787 e A330. As 10 aeronaves da empresa ainda possuem o mesmo padrão de interior do tempo de sua estreia, em 2009.
Veja mais: Primeiro Boeing 777X entra na fase final de produção
Que coisa…. curtíssima vida dos A380.. uma pena mas…. assim como em qualquer setor, o que manda é o dinheiro… se dá prejuízo, não é o status que vai garantir as operações de uma máquina dessas.
E NESSA HISTÓRIA ,FICA O FAMOSO BOEING 747, QUE DESDE 1969 É O MELHOR JUMBO QUE JÁ EXISTIU E SUA SUPREMACIA É INQUESTIONÁVEL. COMO OS AMERICANOS SÃO BOM MESMO NO QUE FAZEM HEIN?
Prezado Heitor, recomendo cautela em seu comentário. Até mesmo o B747 está definhando, com um ritmo de produção anêmico se comparado com seus áureos tempos. Ademais, durante o seu longo tempo de reinado, o Jumbo não enfrentou a concorrência predatória dos modernos Widebodies birreatores. O A380 é sim um ótimo produto, mas fora do timing…… Abraços!
Vento iônico éacdmp!
Prezado Guilherme, não e bem assim como você fala. O A380 teve inúmeros problemas técnicos desde a fase de projetos. A primeira entrega atrasou quase 3 anos do previsto. A Airbus teve que pagar pesadas multas por esses atrasos. A verdade mesmo e que a Airbus apostou no modelo de avião errado. A Boeing tinha seu projeto semelhante ao A380 mas desistiu. Percebeu a tempo que esse não era o futuro da aviação, e acertou em cheio. Enquanto a linha de montagem do A380 está com fortes chances de se encerrar, a linha 777 da Boeing não para de receber novos pedidos