Em 21 de janeiro, quem estava nas cercanias do Aeroporto de Braunschweig, na Alemanha, pode ter testemunhado a decolagem de um Airbus A320 diferente.
A aeronave de matrícula D-ATRA é antiga (tem 28 anos de idade) e já voou por várias companhias aérea com outros registros mas desde junho de 2006 pertence ao DLR (sigla em alemão para Centro Aeroespacial Alemão).
O A320 do DLR possui um nariz mais longo e pontudo e a explicação é que se trata de uma aeronave para testes de aviônicos.
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No voo inaugural com o novo nariz, o D-ATRA transportava o novo radar AESA-MK1 (Active Electronically Scanned Array) que será instalado no caça Eurofighter Typhoon.
O trabalho de adaptação foi feito pela Airbus em Manching e cabe à DLR e as Forças Armadas Alemãs testá-lo em voo.
“Estamos operando a aeronave em estreita colaboração com o DLR e as Forças Armadas Alemãs para testar um novo radar para o Eurofighter e levá-lo à maturidade”, disse o gerente de projeto do radar Airbus E-Scan, Thomas Hirsch.
Desenvolvimento mais célere
Para que o novo nariz não prejudique a segurança do A320 ATRA, como também é chamado, a Airbus projetou uma nova seção frontal e reforçou a fuselagem da aeronave.
O trabalho não para aí. As equipes ainda instalarão novos equipamentos na cabine do jato, incluindo um equipamento de testes de aviônicos personalizado para o Eurofighter e requisitos de infraestrutura de resfriamento e energia de suporte.
Mas por que o novo radar não é testado diretamente em um caça Eurofighter? “O A320 ATRA tem um processo de desenvolvimento significativamente mais curto e pode permanecer no ar por mais tempo do que um Eurofighter”, justificou Hirsch.
Em resumo, desenvolver o radar AESA no A320 é mais rápido do que no próprio caça. Esse tipo de estratégia é realizada por outras fabricantes no mundo, basta lembrarmos de um Boeing 757 que serviu como banco de testes voador do radar do F-22 Raptor no passado.
O novo radar AESA-MK1 será então integrado na última geração dos Eurofighters espanhóis “Halcón I” e alemães “Quadriga” e melhorará as capacidades do caça em operações ar-ar e ar-solo, além de guerra eletrônica.