Lançado no Paris Air Show em junho, o A321XLR continua entre os aviões comerciais mais badalados no mercado quase seis meses depois. Desta vez, o palco para novos encomendas foi o Dubai Airshow, onde a Airbus anunciou mais 50 pedidos firmes para o modelo de longo alcance da família A320neo.
Entre os novos clientes estão a flynas, empresa low cost da Arábia Saudita, com uma encomenda de 10 A321XLR, o grupo de leasing GECAS, com um pedido de 20 jatos, e a Air Arabia, outra operadora saudita de baixo custo, que fechou um acordo para adquirir 120 aeronaves da série A320neo, incluindo 20 A321XLR.
Com os novos acordos, a Airbus já soma mais de 400 pedidos pelo A321XLR de 15 empresas, entre companhias aéreas e grupos de arrendamento. A estreia da aeronave está programada para 2023.
Os jatos da série A320neo são as aeronaves que conseguiram mais pedidos no Dubai Airshow, com um total de 130 compromissos (entre pedidos firmes e intenções de compra). Em seguida aparecem o A350 e o Boeing 737 MAX, ambos com 50 encomendas no evento.
Efeito A321XLR no mercado
Com alcance na faixa dos 8.700 km e capacidade para embarcar até 240 passageiros, o A321XLR vem atrapalhando o mercado de aeronaves maiores. Como pode realizar voos transoceânicos com um custo operacional muito baixo, o jato da Airbus vem se apresentando como uma alternativa interessante para companhias aéreas que anteriormente voavam com jatos como o Boeing 767 ou o A330 de primeira geração, citando apenas dois exemplos.
Essa boa aceitação do A321XLR pode estar influenciando a Boeing a mudar seu foco sobre uma nova família de jatos comerciais. Depois de passar anos estudando o projeto New Air-Market Airplane (NMA), um jato de fuselagem larga que seria posicionado entre o737 e o 787, a fabricante dos EUA agora pode estar considerando outra aeronave, o Future Small Airplane (FSA).
Segundo informações compartilhadas por clientes em potencial da Boeing, o FSA seria um jato de corredor único e cabine com 180 a 210 assentos.
A vantagem do FSA é seu design iniciado do zero, permitindo incorporar avanços que a antiga plataforma do 737 hoje não suporta, incluindo uma altura do solo mais alta que permitiria o uso de turbofans avançados (e maiores) e também uma seção transversal da fuselagem mais próxima do rival da Airbus, o que também traria benefícios para o transporte de carga.
Com a FSA, a Boeing poderia substituir o 757 no final de sua carreira comercial e também oferecer uma alternativa de jato de corpo estreito e longo alcance para o A321XLR. A longo prazo, a nova aeronave também aposentaria o 737, cuja geração atual deve ser encerrada em 2030.
O problema com esta equação é que, por se tratar de uma aeronave totalmente nova, levará algum tempo para entrar em serviço, entre 2025 e 2030. Até lá, a Airbus deve continuar fazendo sucesso com o A321XLR.
Veja mais: Primeiro Airbus A380 é desmontado na França