Não foram precisos mais que alguns dias após o anúncio do seu primeiro pedido para o A350F, inédita versão cargueira do widebody, contar com mais um futuro cliente, a empresa de logística francesa CMA CGM.
Ao contrário da gigante de leasing ALC que fechou um contrato de fato, a CMA CGM por enquanto assinou um Memorando de Entendimento com a Airbus para compra de quatro aeronaves do modelo. Segundo a fabricante, o pedido deverá ser efetivado nas próximas semanas.
Os novos jatos cargueiros serão operados pela CMA CGM Air Cargo, divisão recém criada pelo grupo – a empresa também operará cinco A330-200F.
“Estamos orgulhosos em dar as boas-vindas à CMA CGM AIR CARGO no grupo de operadores do A350F e estamos igualmente satisfeitos em apoiar o desenvolvimento estratégico futuro da empresa”, disse Christian Scherer, Diretor Comercial da Airbus e Diretor da Airbus International.
Melhor que o 777F
A Airbus lançou o programa A350F oficialmente no Dubai Airshow e tem mirado desde o começo no Boeing 777F, variante de carga baseada na primeira geração do jato e que hoje é o mais bem sucedido no segmento.
Segundo a fabricante europeia, o A350 cargueiro poderá transportar 109 toneladas de carga, ou 3 toneladas a mais que o 777F. São 11% a mais de volume interno, o equivalente a 5 pallets, além de um consumo de combustível 20% menor que o concorrente.
A Airbus ainda enumera outras vantagens do A350F como a porta de carga maior, o peso máximo de decolagem 30% menor e uma autonomia obviamente superior. Por fim, a empresa aposta na similaridade com outras versões do A350 para reduzir custos com tripulação, manutenção e peças de reposição.
O A350F deve estrear no mercado em 2025, antes que os novos padrões de emissões de CO2 do ICAO passem a valer, no final de 2027. A partir de então, aeronaves como o Boeing 767ERF e o 777F não poderão ser mais produzidas.
É mais um motivo para pressionar a Boeing a colocar no mercado o 777XF, uma variante cargueira da nova geração do bimotor de grande capacidade.