No que depender da Airbus, os aviões comerciais do futuro terão um formato completamente diferente do que estamos acostumados. O grupo europeu apresenta nesta semana no Singapore Air Show o demonstrador Maveric, nome que na verdade é uma sigla em inglês para “modelo de aeronave para validação e experimentação de controles inovadores e robustos”.
Com 2 metros de comprimento e 3,2 m de largura, o que rende uma superfície alar de 2,25 m², o Maveric é um protótipo em escala que experimenta o design “Blended Wing”, quando as asas e a fuselagem da aeronave se misturam.
A Airbus afirma que aviões com essa configuração tem potencial para reduzir o consumo de combustível em até 20% comparado com os atuais jatos de corpo estreito, como o Boeing 737 ou o A320. O desing diferenciado também abre mais possibilidade para a integração de novos sistemas de propulsão e permite criar uma cabine capaz de oferecer uma “experiência totalmente nova” aos passageiros, diz a fabricante.
O grupo europeu vinha trabalhando em segredo no projeto Maveric desde 2017. A Airbus revelou que o modelo em escala fez seu primeiro voo em junho do ano passado e os ensaios vão continuar até o final do segundo semestre de 2020.
“A Airbus está aproveitando as tecnologias emergentes para ser pioneira no futuro dos voos. Ao testar configurações disruptivas de aeronaves, a Airbus pode avaliar seu potencial como produtos futuros viáveis”, afirmou Jean-Brice Dumont, vice-presidente executivo de engenharia da Airbus. “Embora não exista um prazo específico para a entrada em serviço, esse demonstrador tecnológico pode ser fundamental para provocar mudanças nas arquiteturas de aeronaves comerciais, para um futuro ambientalmente sustentável para a indústria da aviação.”
O trabalho com o Maveric é realizado por meio da AirbusUpNext, divisão de pesquisas avançadas do grupo Airbus. Outros projetos em estudo no departamento são o E-Fan X (avião com propulsão híbrida-elétrica) fello’fly (estudo sobre voos em formação para economizar combustível) e o ATTOL (sistema de decolagem, aterrissagem e taxiamento autônomos).
Os fabricantes aeronáuticos precisam reduzir o consumo de combustível e emissões de seus aviões pela metade até 2050, quando entrarão em vigor leis ambientais mais severas para o setor. “Precisamos oferecer opções disruptivas e entrar em serviço o mais cedo possível para trazer benefícios até 2050. O tempo está passando”, disse Dumont.
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