A Airbus atingiu nos últimos dias mais um marco em sua história. A fabricante europeia entregou a aeronave de número 12.000, um A220-100 para a companhia aérea Delta Air Lines. O modelo, como se sabe, é o CSeries criado pela canadense Bombardier e renomeado como A220 quando a Airbus assumiu o projeto no ano passado.
Apesar disso, o A220 é o avião com a menor participação no total de 12 mil jatos comerciais. Ele representa apenas 0,6% do volume de entregas, menos até do que o A318, então o avião da Airbus que menos teve interessados até hoje (apenas 80 unidades comercializadas). Mas o ex-jato da Bombardier está apenas começando sua carreira e certamente estará entre os mais vendidos da Airbus no futuro diante do potencial desse mercado, também explorado pela Embraer.
Como não poderia ser diferente, a grande responsável pela Airbus chegar à marca é a família A320, sobretudo o modelo inicial cujas mais de 5.300 aeronaves respondem por quase 45% das entregas nesse período. Atrás dele vem o A321 (15,8%) e o A319 (12,3%), seguido de perto pelo A330, o widebody mais vendido da fabricante até hoje com cerca de 1.500 entregas.
Crescimento acelerado
Nesse total, é claro, há a participação de alguns projetos não tão bem sucedidos, entre eles o A310, segundo avião da empresa que foi baseado no pioneiro A300. Mas foram os quadrirreatores que mais decepcionaram a Airbus. O A340, lançado no início dos anos 90, mesmo com quatro versões, acumulou apenas 377 unidades entregues, ainda assim mais que os 236 jatos A380, maior aparelho já construído pelo fabricante e que teve uma das últimas unidades enviada ao cliente, a ANA.
Outra promessa de elevar os números da Airbus é o A350, jato avançado de longo alcance que acumulava quase 900 encomendas em abril de 2019. Mas sua produção só recentemente ganhou velocidade, com isso até hoje pouco mais de 260 aeronaves foram completadas.
Atingir esse recorde era algo impensável em 1993 quando a companhia atingiu a marca de 1.000 aviões entregues. Na época, a Airbus estava perto de completar 20 anos desde a sua primeira entrega, um A300-B2 para a Air France em maio de 1974. Mas após chegar aos mil jatos, a fabricante viu suas entregas subirem como nunca.
Foram seis anos para acumular mais mil aviões, três anos para chegar aos 3 mil jatos e apenas oito anos para dobrar esse volume. A marca de 12 mil aeronaves veio, por exemplo, 30 meses após chegar aos 10 mil aviões.
O “maior cliente” da Airbus é o continente asiático (somado à Oceania) com 27% dos pedidos, seguido das empresas de leasing que responderam por um quarto das entregas. A América do Norte tem 13% do volume enquanto a América Latina empata com o Oriente Médio com 5% de participação – a África completa a lista com 2% (veja infográfico em inglês).
Estreia na Cruzeiro
No Brasil, a Airbus chegou na década de 80 após uma encomenda de quatro A300-B4 pela extinta Cruzeiro do Sul e que foram divididos com a Varig quando esta a assumiu em 1975. Pouco depois a Vasp trouxe mais três A300-B2 que foram usados em rotas domésticas e também em seus voos charter.
Mas foi nas mãos da TAM (hoje LATAM) que a Airbus ampliou sua participação no mercado brasileiro. A companhia aérea do falecido comandante Rolim Amaro introduziu no país o A330 com o qual estreou suas primeiras rotas transoceânicas no final da década de 90 e também a família A320 que sucedeu o Fokker 100 como principal avião da empresa. Hoje a Airbus está presente não só na LATAM como também na Azul e Avianca, mas também teve alguns operadores eventuais como a Passaredo, que usou o A310 por um curto tempo.
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